o mais fascinante é que o bruno mezenga jogador de futebol não tem esse nome no registro civil. foi um técnico dele, professor de muitos brunos de uma geração em que esse nome era bem comum (ainda é? não conheço nenhum bruno criança hoje), que foi impactado pela novela como a gente (sério, muitos sentimentos!) e deu esse apelido na época em que ela estava no ar.
mas eu me pego pensando muito nessas coisas também, em até que ponto se definir como uma geração não é também um marcador de classe, por exemplo. penso ainda mais sobre como a internet mudou ao longo da minha vida nela, deixando de ser minha ilha da fantasia para se tornar um círculo do inferno de dante (com toques de um lugar de familiaridade e refúgio e estafa e desespero).
Opa, não sabia desses detalhes ao apelido do meu novo jogador favorito! Obrigada por compartilhar ;)
E sobre a classe, é isso. Acaba que o fator mais importante é sempre classe social. Essas categorias de geração tentam abarcar um tanto de gente que teve condições financeiras e sociais completamente diferentes… e aí acaba que sobram muitos buracos
Babi, tenho uma irmã seis anos mais nova, meu marido é três anos mais novo, e eu nasci em 1988. E somos três seres diferentes nessas referências citadas haha. Minha irmã e eu dividimos a mesma casa, então tem coisas que tivemos juntas mas não da mesma forma. Ela lembra da Capricho, Sandy e afins, mas com outro sentimento. Era a coisa da irmã mais velha dela. É minha impressão. Já meu marido, além da idade, veio de uma outra cidade e isso tb influencia. Como era ter 8 anos em recife e em sp ao mesmo tempo? Não sabemos! O mais difícil para mim é esse entre que você bem demarcou, especialmente em trabalho. É como se eu quisesse subir num trem que agora não é mais trem, é outra coisa que nem se sabe o nome pq ele muda a cada viagem. haha
e sabe, estava lendo esses dias um outro dilema que estamos vivendo: esse momento em que sacamos que a nossa geração já não é mais a crista da onda. é duro... mas é a vida! e ainda bem que chegam outros mais novos e com uma visão fresca de muita coisa, né?
sempre penso se faz ou não sentido categorizar pessoas pela geração. em questão macro parece que funciona, mas tem coisas que são impactadas pela localização/classe social desses grupos.
sou da geração z, mas as vezes me sinto em um limbo. eu não cresci com a internet, por mais que ela tenha 'nascido' nessa época, demorei uns anos pra ter acesso. assim como demorei pra acessar as revistas, a tv e o celular. daí que vem meu questionamento, dentro desse macro de geração existe outro macro que é a classe social. como isso impacta na diferença das pessoas na mesma idade em eventos icônicos?
Né?! Para a mim, a questão de classe é decisiva. E as categorias de geração mal esbarram nisso. Tentam é traçar os pontos em comum, e beleza… vai dar certo algumas vezes. Mas sobram muitos abismos que os pesquisadores não conseguem dar conta
Adorei acompanhar seu processo de criação e ler esse texto pronto... é espantoso alguém quase da mesma idade que a nossa ter referencias tão diversas. Como assim Ayrton Senna nao foi uma figura tão marcante? Bruno Mezenga jogador de futebol? Esses dias eu soltei um "Agora Inês é morta" pra uma amiga 8 anos mais nova e ela ficou triste pela Inês. Eu tive que explicar que era um ditado... ela nunca havia escutado. Quer dizer.
Mais um texto entre tantos que compartilhei na minha newsletter. Se puder passar por la, gostaria de saber a qual grupo vc pertence, por curiosidade. Um beijo!
Me lembro muito do dia que cheguei da escola ansiosíssima porque era o dia que instalariam a Tv a cabo! Também me lembro do meu primeiro celular e do meu primeiro iphone - tantos anos depois. Rei do Gado, Quatro por quatro... quantas novelas marcantes! Também era assinante da Capricho... caramba, dei check em todas as referências hahaha
Sou fascinada também por esse assunto sobre gerações e muitos questionamento a respeito. Eu, por exemplo, me identifico bastante com o perfil dos millenials e não com a minha geração (a X). Ou seja, me ferrei, porque estou bem nesse “entre”.
muito interessante suas considerações sobre a dificuldade de encontrar um (ou poucos) pontos em comum em uma geração inteira! porque tem muito mais coisa envolvida, além do ano de nascimento. tem a criação dentro de casa e da escola, o ambiente em que a criança / adolescente é inserido..... tantas variáveis....
Exato... me questiono da mesma forma como podem pessoas nascidas com mais de dez anos de diferença estarem na mesma categoria geracional, tanta coisa acontece entre uma década e outra. Mas é bem interessante pensar esses marcadores...
"A sensibilidade dessa geração millennial me parece estar no entre. Lembramos do antes das grandes transformações tecnológicas, aprendemos a lidar com elas enquanto aconteciam e agora tentamos dar conta dos saltos, mas nos sentimos inadequados. Como se tivessem corrido muito à frente do que somos capazes de entender. Tem um mundo ali que já não é mais nosso, que já atravessou a borda, que já está em outra geração. Representada por outra letra, por outros marcadores — tão questionáveis quanto os nossos."
Esse último parágrafo foi completamente certeiro! Amei o texto, Babi! <3
Quando li a linha fina, fiquei tipo: caraca, não sabia que a Bárbara também gostava de futebol hahahahaha imaginei que viria alguma história interessante envolvendo o jogador Bruno Mezenga 🫣🤣
Sobre a questão de "taxar" gerações, concordo que colocar pessoas de até 15 anos de diferença num mesmo pote é bem sem sentido. Mas também é aquilo: qual a necessidade de nomeá-las? Talvez seja mais uma maneira de a sociedade digladiar, partindo dos pressupostos de que "ahhh, mas a minha geração é muito melhor que a sua". Não sei, apenas viajando hehe
Obrigada! Você conseguiu colocar em palavras algo que eu sempre senti, mas nunca falei!
Meu marido é cinco anos mais novo do que eu e essa diferença fica muito clara nas nossas referências. Ainda lembro do meu choque quando descobri que ele nunca tinha escutado Lovefool, do The Cardigans. O cd de Romeo + Juliet morou no meu discman por meses! hahahahahaha
Aquela época maravilhosa que a tecnologia permitia a pirataria! hahahahahaha Lembro que minha mãe fez uma fita só com a parte musical dos filmes: o tango em Perfume de Mulher, a cena final de Flashdance, Sete Noivas para Sete Irmãos...
Tenho essas mesmas memórias, rs. Me lembro especificamente de uma caixa de supermercado - eu estava com meu pai comprando alguma coisa - que disse “agora as moedas valem” quando o Plano Real foi implementado. E a Capricho, nossa. Todas aquelas modelos da geração Gisele Bundchen se revezando nas capas!
Obrigado pela partilha do seu excelente artigo. Para mim, o conflito de gerações é cima de tudo um conflito de culturas. É como se as duas gerações representasse países diferentes, com realidades diferentes e formas de pensar diferentes.
Esse conflito tem-se vindo a acentuar, essencialmente porque os avanços tecnológicos e culturais acontecem de forma cada vez mais rápida. É isso que faz com que, hoje em dia, pais e filhos sejam muitas vezes completos estranhos que vivem ma mesma casa.
É um problema sério e preocupante, que penso que se vai atenuar um pouco nas futuras gerações, cada vez mais sensíveis às questões emocionais.
o mais fascinante é que o bruno mezenga jogador de futebol não tem esse nome no registro civil. foi um técnico dele, professor de muitos brunos de uma geração em que esse nome era bem comum (ainda é? não conheço nenhum bruno criança hoje), que foi impactado pela novela como a gente (sério, muitos sentimentos!) e deu esse apelido na época em que ela estava no ar.
mas eu me pego pensando muito nessas coisas também, em até que ponto se definir como uma geração não é também um marcador de classe, por exemplo. penso ainda mais sobre como a internet mudou ao longo da minha vida nela, deixando de ser minha ilha da fantasia para se tornar um círculo do inferno de dante (com toques de um lugar de familiaridade e refúgio e estafa e desespero).
Opa, não sabia desses detalhes ao apelido do meu novo jogador favorito! Obrigada por compartilhar ;)
E sobre a classe, é isso. Acaba que o fator mais importante é sempre classe social. Essas categorias de geração tentam abarcar um tanto de gente que teve condições financeiras e sociais completamente diferentes… e aí acaba que sobram muitos buracos
Que delícia e reconfortante encontrar textos assim por aqui.
<3
Babi, tenho uma irmã seis anos mais nova, meu marido é três anos mais novo, e eu nasci em 1988. E somos três seres diferentes nessas referências citadas haha. Minha irmã e eu dividimos a mesma casa, então tem coisas que tivemos juntas mas não da mesma forma. Ela lembra da Capricho, Sandy e afins, mas com outro sentimento. Era a coisa da irmã mais velha dela. É minha impressão. Já meu marido, além da idade, veio de uma outra cidade e isso tb influencia. Como era ter 8 anos em recife e em sp ao mesmo tempo? Não sabemos! O mais difícil para mim é esse entre que você bem demarcou, especialmente em trabalho. É como se eu quisesse subir num trem que agora não é mais trem, é outra coisa que nem se sabe o nome pq ele muda a cada viagem. haha
obrigada pela citação do meu texto <3. beijos
e sabe, estava lendo esses dias um outro dilema que estamos vivendo: esse momento em que sacamos que a nossa geração já não é mais a crista da onda. é duro... mas é a vida! e ainda bem que chegam outros mais novos e com uma visão fresca de muita coisa, né?
o livro de que é feita a resenha no link pro New York Times cita 3 mecanismos que causam mudanças de longo prazo:
eventos mundiais - crise econômica de 2008, pandemia etc
mudanças na vida individual - aposentadoria, entrada no mercado de trabalho, casamento, filhos
efeitos geracionais - atitudes, crenças, comportamentos comuns às pessoas de uma geração
o livro conclui que o efeito geracional é importante mas não pode ser tomado sozinho
achei que os outros dois efeitos são afetados pelo efeito geracional
as mudanças na vida pessoal tendem a ser próximas no tempo para os membros de uma geração
os impactos dos eventos mundiais também afetam de forma semelhante a geração
o maior problema da categorização geracional parece ser mesmo o que vários comentários aqui citam: a questão da classe social
Exatamente ;) Penso que qualquer categorização que não considere primeiro a classe social está fadada à distorções
sempre penso se faz ou não sentido categorizar pessoas pela geração. em questão macro parece que funciona, mas tem coisas que são impactadas pela localização/classe social desses grupos.
sou da geração z, mas as vezes me sinto em um limbo. eu não cresci com a internet, por mais que ela tenha 'nascido' nessa época, demorei uns anos pra ter acesso. assim como demorei pra acessar as revistas, a tv e o celular. daí que vem meu questionamento, dentro desse macro de geração existe outro macro que é a classe social. como isso impacta na diferença das pessoas na mesma idade em eventos icônicos?
Né?! Para a mim, a questão de classe é decisiva. E as categorias de geração mal esbarram nisso. Tentam é traçar os pontos em comum, e beleza… vai dar certo algumas vezes. Mas sobram muitos abismos que os pesquisadores não conseguem dar conta
Adorei acompanhar seu processo de criação e ler esse texto pronto... é espantoso alguém quase da mesma idade que a nossa ter referencias tão diversas. Como assim Ayrton Senna nao foi uma figura tão marcante? Bruno Mezenga jogador de futebol? Esses dias eu soltei um "Agora Inês é morta" pra uma amiga 8 anos mais nova e ela ficou triste pela Inês. Eu tive que explicar que era um ditado... ela nunca havia escutado. Quer dizer.
Mais um texto entre tantos que compartilhei na minha newsletter. Se puder passar por la, gostaria de saber a qual grupo vc pertence, por curiosidade. Um beijo!
Me lembro muito do dia que cheguei da escola ansiosíssima porque era o dia que instalariam a Tv a cabo! Também me lembro do meu primeiro celular e do meu primeiro iphone - tantos anos depois. Rei do Gado, Quatro por quatro... quantas novelas marcantes! Também era assinante da Capricho... caramba, dei check em todas as referências hahaha
Superobrigada por compartilhar a minha news <3
Aiii, Quatro por Quatro era maravilhosa, meu deus
Sou fascinada também por esse assunto sobre gerações e muitos questionamento a respeito. Eu, por exemplo, me identifico bastante com o perfil dos millenials e não com a minha geração (a X). Ou seja, me ferrei, porque estou bem nesse “entre”.
muito interessante suas considerações sobre a dificuldade de encontrar um (ou poucos) pontos em comum em uma geração inteira! porque tem muito mais coisa envolvida, além do ano de nascimento. tem a criação dentro de casa e da escola, o ambiente em que a criança / adolescente é inserido..... tantas variáveis....
Pois é, tantas questões de classe social que parecem meio invisíveis quando rolam essas definições muito amplas de geração
Exato... me questiono da mesma forma como podem pessoas nascidas com mais de dez anos de diferença estarem na mesma categoria geracional, tanta coisa acontece entre uma década e outra. Mas é bem interessante pensar esses marcadores...
"A sensibilidade dessa geração millennial me parece estar no entre. Lembramos do antes das grandes transformações tecnológicas, aprendemos a lidar com elas enquanto aconteciam e agora tentamos dar conta dos saltos, mas nos sentimos inadequados. Como se tivessem corrido muito à frente do que somos capazes de entender. Tem um mundo ali que já não é mais nosso, que já atravessou a borda, que já está em outra geração. Representada por outra letra, por outros marcadores — tão questionáveis quanto os nossos."
Esse último parágrafo foi completamente certeiro! Amei o texto, Babi! <3
<3
Quando li a linha fina, fiquei tipo: caraca, não sabia que a Bárbara também gostava de futebol hahahahaha imaginei que viria alguma história interessante envolvendo o jogador Bruno Mezenga 🫣🤣
Sobre a questão de "taxar" gerações, concordo que colocar pessoas de até 15 anos de diferença num mesmo pote é bem sem sentido. Mas também é aquilo: qual a necessidade de nomeá-las? Talvez seja mais uma maneira de a sociedade digladiar, partindo dos pressupostos de que "ahhh, mas a minha geração é muito melhor que a sua". Não sei, apenas viajando hehe
Obrigado por mais uma news excelente!
Obrigada! Você conseguiu colocar em palavras algo que eu sempre senti, mas nunca falei!
Meu marido é cinco anos mais novo do que eu e essa diferença fica muito clara nas nossas referências. Ainda lembro do meu choque quando descobri que ele nunca tinha escutado Lovefool, do The Cardigans. O cd de Romeo + Juliet morou no meu discman por meses! hahahahahaha
Ah, e AMEI ver minha news aqui! <3
Caraca, Romeu e Julieta foi um MARCO na nossa vida, né? Vi milhares de vezes pq copiei a fita da locadora hahahahaha
Aquela época maravilhosa que a tecnologia permitia a pirataria! hahahahahaha Lembro que minha mãe fez uma fita só com a parte musical dos filmes: o tango em Perfume de Mulher, a cena final de Flashdance, Sete Noivas para Sete Irmãos...
Tenho essas mesmas memórias, rs. Me lembro especificamente de uma caixa de supermercado - eu estava com meu pai comprando alguma coisa - que disse “agora as moedas valem” quando o Plano Real foi implementado. E a Capricho, nossa. Todas aquelas modelos da geração Gisele Bundchen se revezando nas capas!
Nossa, eu demorei um tempão para entender como podia simplesmente cortar os zeros da moeda e beleza... deu um super nó na minha cabeça!
Obrigado pela partilha do seu excelente artigo. Para mim, o conflito de gerações é cima de tudo um conflito de culturas. É como se as duas gerações representasse países diferentes, com realidades diferentes e formas de pensar diferentes.
Esse conflito tem-se vindo a acentuar, essencialmente porque os avanços tecnológicos e culturais acontecem de forma cada vez mais rápida. É isso que faz com que, hoje em dia, pais e filhos sejam muitas vezes completos estranhos que vivem ma mesma casa.
É um problema sério e preocupante, que penso que se vai atenuar um pouco nas futuras gerações, cada vez mais sensíveis às questões emocionais.