"Eu não tinha linguagem para formular o desconforto que esse contraste de vivências despertava em mim. Mas ele estava lá. Criei o hábito de não comentar as coisas que estava aprendendo. Evitava a todo custo parecer esnobe."
Me identifiquei bastante. Há anos vivo entre a capital e o interior do Rio Grande do Norte e sempre me senti entre dois mundos.
Além disso, nutro relações com pessoas de ciclos totalmente diferentes, o que vez ou outra me faz se sentir sozinho. Não existe um momento onde eu não me apague pra não parecer esnobe ou ferir alguém, por mais que eu tenha clareza sobre as minhas intenções.
A parte mais positiva do processo é que consigo enxergar, por trás de todas as crenças que afastam o diferente, o brilho das pessoas ao meu redor.
Sigo tentando não pirar com tanta destruição. Seu texto trouxe uma baita luz <3
É difícil né... Pq ao mesmo tempo que temos orgulho de tudo que aprendemos, das conexões que somos capazes de fazer... Temos também plena consciência de como isso pode incomodar e gerar reações descabidas.
O meu esforço é para continuar crescendo e acolhendo, sempre que possível
Só li este texto agora depois da indicação da news de ontem. E tenho que te dizer: como é bom te ler. Me identifico muito com este texto, em muitas camadas. Obrigada!
Me identifiquei muito com a Vivian quando li Afetos Ferozes assim como me identifico com seu relato. Embora sejam experiências bastante diferentes, os desconfortos, mudanças e reflexões estão ali, me levando a trilhar caminhos até então inimagináveis....
Esse episódio do meu inconsciente coletivo, podcast onde a Tati Bernardi conversa com psicanalistas, fala de forma bem legal sobre esse tema linkando com "a filha perdida" da elena ferrante! Recomendo demais, foi a primeira referência na mídia que eu tive desse submundo dos filhos da primeira geração "intelectual" de uma família e nossa angústia em lidar com esse distanciamento dos nossos pais.
Ouvi do meu irmão esses dias, véspera de Natal, "pô, casal de intelectuais. Lendo na praia!" Eu ri e não respondi. Não sei por qual motivo. Minha vontade era dizer que ler livros é melhor do que passar o dia no Tik Tok, como ele faz. Mas ao mesmo tempo poderia soar arrogante e tal. Me identifiquei com seu relato familiar, curioso como o hábito da leitura incomoda no Brasil né?
Fui até colocar um vestido bem bonito por tamanha honra! <3 É recíproco, tanto que cá estou devorando sua newsletter neste momento.
Adorei essa conexão das leituras que vc fez, porque andei pensando nisso quando estava listando os livros que li este ano: Luto, mudanças, relação com os pais e distanciamento. Com exceção do luto, os dois eu tenho me identificado demais no que tenho lido. Essa frase me pegou de jeito "Realizamos um desejo deles, mas ao mesmo tempo cavamos um abismo impossível de transpor."
Estou louca para assistir "A Ilha de Bergman", que por aqui está na Amazon, e vi "Aftersun" na quarta. Lindíssimo, poético e nostálgico.... prepara o lencinho se estiver com a tal da sensibilidade que nos cata de jeito nesta época do ano. E já já to indo ver "She said", mas esse já sei que rolará revolta. Beijos e boas festas pra você.
li annie ernaux, li o artigo sobre ela, mas foi só com esse texto que eu percebi que me distanciei também do resto da família. não foi dinheiro, ou a separação dos meus pais: foi minha escolha de profissão = museologia. sempre fui a "esquisita" de todo mundo por gostar de ler, de arte, de filmes mais lentos, de ir em museu, enquanto o resto é mais "tradicional" com o direito, a engenharia, as áreas militares, etc. é um mistura de sentimentos em que você é próximo, mas distante ao mesmo tempo. e sempre gosto de falar: obrigada por compartilhar mais um texto incrível Babi!!!
Annie Ernaux é a grande responsável por esses estalos. Eu vivia fazendo reportagens sobre as primeiras gerações de famílias a fazer faculdade e nunca tinha parado pra conectar isso a mim.
"Eu não tinha linguagem para formular o desconforto que esse contraste de vivências despertava em mim. Mas ele estava lá. Criei o hábito de não comentar as coisas que estava aprendendo. Evitava a todo custo parecer esnobe."
Me identifiquei bastante. Há anos vivo entre a capital e o interior do Rio Grande do Norte e sempre me senti entre dois mundos.
Além disso, nutro relações com pessoas de ciclos totalmente diferentes, o que vez ou outra me faz se sentir sozinho. Não existe um momento onde eu não me apague pra não parecer esnobe ou ferir alguém, por mais que eu tenha clareza sobre as minhas intenções.
A parte mais positiva do processo é que consigo enxergar, por trás de todas as crenças que afastam o diferente, o brilho das pessoas ao meu redor.
Sigo tentando não pirar com tanta destruição. Seu texto trouxe uma baita luz <3
Irineu <3
É difícil né... Pq ao mesmo tempo que temos orgulho de tudo que aprendemos, das conexões que somos capazes de fazer... Temos também plena consciência de como isso pode incomodar e gerar reações descabidas.
O meu esforço é para continuar crescendo e acolhendo, sempre que possível
Que texto maravilhoso 🖤 Feliz de aparecer nas indicações dessa edição perfeita!
<3
Só li este texto agora depois da indicação da news de ontem. E tenho que te dizer: como é bom te ler. Me identifico muito com este texto, em muitas camadas. Obrigada!
obrigada pelo carinho <3 tomando meu café da manhã bem mais feliz!
Lindo e sensível e corajoso.
<3
Lindo e sensível teu texto!!! Como algo tão simples, como a leitura, pode ser visto de maneira negativa e até depreciativa, né!!
pois é :( reflexo do abismo de possibilidades em que vivemos
Que texto lindo!
Um abraço fortão por essa partilha! <3
um abraço imenso <3
Me identifiquei muito com a Vivian quando li Afetos Ferozes assim como me identifico com seu relato. Embora sejam experiências bastante diferentes, os desconfortos, mudanças e reflexões estão ali, me levando a trilhar caminhos até então inimagináveis....
ler sobre esses desconfortos tem me ajudado a dar forma a tanta coisa <3
A mim também Babi!
Esse episódio do meu inconsciente coletivo, podcast onde a Tati Bernardi conversa com psicanalistas, fala de forma bem legal sobre esse tema linkando com "a filha perdida" da elena ferrante! Recomendo demais, foi a primeira referência na mídia que eu tive desse submundo dos filhos da primeira geração "intelectual" de uma família e nossa angústia em lidar com esse distanciamento dos nossos pais.
Link do episodio: https://open.spotify.com/episode/42QSFpjAD6hoESKUmhjNSE?si=c15c33f41a134d70
Opa! Vou ouvir JÁ \o/ Obrigada pela dica ;)
de nada! fico muito feliz de recomendar, amo demais sua newsletter! <3
Ouvi do meu irmão esses dias, véspera de Natal, "pô, casal de intelectuais. Lendo na praia!" Eu ri e não respondi. Não sei por qual motivo. Minha vontade era dizer que ler livros é melhor do que passar o dia no Tik Tok, como ele faz. Mas ao mesmo tempo poderia soar arrogante e tal. Me identifiquei com seu relato familiar, curioso como o hábito da leitura incomoda no Brasil né?
Incomoda pq toca em lugares de muita disparidade :( uma merda!
Comprei correndo depois dessa News maravilhosa! Que edição especial ❤️
Vc vai adorar!!!
Fui até colocar um vestido bem bonito por tamanha honra! <3 É recíproco, tanto que cá estou devorando sua newsletter neste momento.
Adorei essa conexão das leituras que vc fez, porque andei pensando nisso quando estava listando os livros que li este ano: Luto, mudanças, relação com os pais e distanciamento. Com exceção do luto, os dois eu tenho me identificado demais no que tenho lido. Essa frase me pegou de jeito "Realizamos um desejo deles, mas ao mesmo tempo cavamos um abismo impossível de transpor."
Estou louca para assistir "A Ilha de Bergman", que por aqui está na Amazon, e vi "Aftersun" na quarta. Lindíssimo, poético e nostálgico.... prepara o lencinho se estiver com a tal da sensibilidade que nos cata de jeito nesta época do ano. E já já to indo ver "She said", mas esse já sei que rolará revolta. Beijos e boas festas pra você.
Beijos e boas festas! \o/
Obrigada pelo carinho!!!
E tô aqui prontinha para ver Aftersun. Já sei que vou chorar horrores. Relação pai e filha mexe demais comigo. Com todos nós.
li annie ernaux, li o artigo sobre ela, mas foi só com esse texto que eu percebi que me distanciei também do resto da família. não foi dinheiro, ou a separação dos meus pais: foi minha escolha de profissão = museologia. sempre fui a "esquisita" de todo mundo por gostar de ler, de arte, de filmes mais lentos, de ir em museu, enquanto o resto é mais "tradicional" com o direito, a engenharia, as áreas militares, etc. é um mistura de sentimentos em que você é próximo, mas distante ao mesmo tempo. e sempre gosto de falar: obrigada por compartilhar mais um texto incrível Babi!!!
Annie Ernaux é a grande responsável por esses estalos. Eu vivia fazendo reportagens sobre as primeiras gerações de famílias a fazer faculdade e nunca tinha parado pra conectar isso a mim.
Ai Babi me identifiquei demais! Amei.
<3
Tava aqui te lendo com um chá na mão e do nada você indicando minha newsletter 🥺
Que texto lindo, adoro te acompanhar!
Um beijo enorme!
Lindo!