gatammmm, muito obrigada pela indicação na sua news maravilhosa! eu adoro conhecer processos de escrita acadêmica das pessoas, adorei sua ideia de fazer um diário, isso não tinha me ocorrido na época dos meus estudos. uma sugestão que funcionou pra mim no doutorado, que tem um tempo solitário meio extenso também, foi dividir as coisas por pequenos projetos. porque se eu tivesse apenas a grande tese final na frente, acho que teria me bloqueado.
então eu criava uma programação tipo mensal que buscava trabalhar um grande tema que seria um provável capítulo ou item da tese. e nessa organização, para eu não ficar muito tempo em uma coisa só, incluía tempos para pesquisar e ler apenas as fontes; leituras de livros e artigos; escrita, em uma fase mais livre de ensaio para desbloquear as ideias (se eu mirasse o texto definitivo, também bloquearia). quando ia chegando perto da qualificação, eu focava mais na escrita e na revisão (nunca desconsidere o tempo de editar as notas de rodapé ou de revisão, porque olha... na tese final, foi uma semana só organizando as notas ahahaha).
com isso, eu conseguia trabalhar simultaneamente em algumas frentes e, na hora de enfrentar a tese, tive uma tranquilidade maior por já ter várias coisas meio prontas. sempre vai ter tensão e correria, mas eu procurava ao máximo criar um espaço de calma e produção constante, porque me apavora demais fazer coisas com pressa. =)
Sobre as dicas: bem, eu trabalho com pesquisa (na área de engenharia) e, de fato, não é nada fácil não ter marcos. A gente se perde e bagunça tudo mesmo!
O que aprendi a criar, então, são marcos individuais, pra mim. E deixá-los bem visíveis. Mas nada de: “terminar o artigo x”. Algo pequeno, como: “escrever materiais e métodos”. E aí, uso tanto o pomodoro, quanto pequenas recompensas pra me ajudar - do tipo: se eu terminar isso hoje, vou sair pra tomar um café.
É bobo pra caramba. Mas é uma bobeira que, pra mim, funciona.
Sobre o deixar visível, gosto de usar post its coloridos e colocá-los numa parede ao alcance dos olhos. Os separo por semana (marcos) e cores: urgente, importante, etc...
eu gosto muito dessa discussão sobre o retrato que ela faz da geração millennial. é um tema que me move muito, isso de entender como os anos de austeridade moldam nossa identidade, nossas relações.
A principal coisa pra mim é trabalhar no projeto todo dia, pelo menos um pouquinho.
"Trabalhar no projeto" = ler, assistir, ouvir ou escrever alguma coisa. "Pelo menos um pouquinho" = mesmo que seja por dez minutos. Quando tem algum objetivo específico, preparar um artigo, ensaio ou outro material, gosto de ter uma meta de páginas diárias como referência. Escrevo sempre de manhã, bem cedo, que é quando sou mais produtivo e o pessoal aqui de casa dorme.
E tenho um caderno de pesquisas que é o equivalente ao seu diário. Faço desde a preparação do projeto pro mestrado, em cadernos comuns mesmo. Aliás, diário de pesquisa é um nome muito mais chique, só vou chamar assim agora haha
Pra além disso, entendo que o desenvolvimento de uma dissertação/tese pode trazer momentos de muito estresse para algumas pessoas. Então, às vezes, talvez valha parar um tempo pra respirar.
e sim, tenho percebido que preciso manter o mestrado em evolução sempre. mesmo que não seja lendo algo ou escrevendo todo dia, mas preciso pelo menos pensar constantemente nos temas que quero desenvolver. aquilo de nunca tirar de vista, sabe?
obrigada por compartilhar as dicas com tanto carinho ;)
O que funciona comigo é o site do pomofocus.io. Eu boto ali minha meta diária de horas no projeto do doutorado e cumpro. Pelo menos duas horas diárias dedicadas. Pode ser lendo, editando, organizando, palestra. Mas tento "bater esse ponto".
Oct 1, 2022·edited Oct 1, 2022Liked by Bárbara Bom Angelo
No mestrado também sofri dessa angústia. Em algum ponto tentei criar, mais de uma vez, um cronograma do 0 para que a minha realidade se encaixasse nela e falhei miseravelmente. O resultado foi que passei os últimos 3 meses do mestrado sem dormir direito pra conseguir entregar.
Já no doutorado tenho conseguido lidar melhor. O que eu faço é anotar todas as horas de trabalho com a tese e side-jobs numa planilha (tese, newsletter, projetos vários) por algumas semanas para conhecer a minha rotina melhor primeiro. A partir dela eu tento melhorar o que é possível e esquematizar a longevidade da coisa. E tem dado certo.
Claro que para cada pessoa funciona de um jeito e fico feliz que o diário de pesquisa esteja funcionando para ti.
nossa, isso que você falou é algo que venho ensaiando faz tempo: olhar pra valer para a minha rotina e ver quais são os períodos que realmente estão disponíveis. e daí trabalhar em cima disso.
Aii socorro, eu fui citada!! haha Muito obrigada Bárbara, fico muito feliz que esteja gostando! Te acompanho sempre por aqui e pelo instagram, adoro o seu trabalho <3
E aproveitando o tema acadêmico... também mantenho um diário de pesquisa para o doutorado, mas no formato físico mesmo. Percebi que anotar as coisas no papel funciona melhor pra mim, mesmo que eu tenha um pouco mais de trabalho pra procurar depois.
Outra coisa que eu tenho feito é uma organização de tudo que eu tenho que ler e escrever até uma determinada data importante (agora eu estou considerando o final do ano). Daí distribuo essas tarefas nos meses e sei o quanto preciso fazer delas em cada dia que tenho disponível. Assim eu consigo visualizar tudo que falta e distribuir de uma forma que seja saudável pra mim. Se não rolar em um dia, eu sei que posso compensar no outro e tá tudo certo.
Ah! E ter uma rede de pessoas que está passando pelo mesmo processo durante esses períodos de trabalho mais solitário de pesquisa ajuda muito, nem que seja só pra fofocar virtualmente haha. Só de poder conversar com alguém que já passou ou também está passando pelo o que angustia a gente traz uma leveza imensa e a gente tem mais gás pra continuar.
olha, acho que funciono mais como você. se eu colocar prazos rígidos demais, vou me frustrar. minha rotina não é fácil. trabalho num horário maluco, tenho filho, a newsletter. preciso ser mais gentil comigo mesma e entender que meu tempo será diferente, mas, ainda assim, estou sempre aparecendo e entregando. isso que importa no fim, né?
muito muito muito obrigada pela mensagem tão carinhosa!
Bárbara eu estou nessa semana no dilema de me dedicar às coisas de longo prazo e deixar de começar uma coisa por semana (é mentira de certa forma porque comecei umas 4 coisas novas essa semana, estou enlouquecendo). Amei a dica do caderno de estudos, tenho usado um pouquinho para meu mestrado também, Bjs
nossa, somos a mesma pessoa! começo uma coisa nova toda semana (rindo de nervoso aqui). já me incomodei com isso, mas agora entendo que esse interesse múltiplo e simultâneo me faz muito bem \o/
Bárbara, olha que coisa, acabei de criar minha primeira publicação aqui com angústias tão parecidas! É engraçado observar como quem escreve, sempre procura uma nova atividade de escrita, né? Estou escrevendo a minha qualificação e depois de correr muito da pesquisa, virei a chavinha pra um olhar pragmático. Você não está sozinha nesse processo, ainda que não esteja compartilhando a atividade de escrita em si com alguém. Há muitos loucos que escolheram esse caminho da pós-graduação por aí. Abraços de uma.
na época do mestrado o que me ajudava era mais organizar meu dia do que as anotações. foi um período de bastante disciplina pessoal, rendeu o texto pronto no prazo (embora as demoras na orientação tenham atrasado a defesa). respira fundo que vai dar tempo! :)
gatammmm, muito obrigada pela indicação na sua news maravilhosa! eu adoro conhecer processos de escrita acadêmica das pessoas, adorei sua ideia de fazer um diário, isso não tinha me ocorrido na época dos meus estudos. uma sugestão que funcionou pra mim no doutorado, que tem um tempo solitário meio extenso também, foi dividir as coisas por pequenos projetos. porque se eu tivesse apenas a grande tese final na frente, acho que teria me bloqueado.
então eu criava uma programação tipo mensal que buscava trabalhar um grande tema que seria um provável capítulo ou item da tese. e nessa organização, para eu não ficar muito tempo em uma coisa só, incluía tempos para pesquisar e ler apenas as fontes; leituras de livros e artigos; escrita, em uma fase mais livre de ensaio para desbloquear as ideias (se eu mirasse o texto definitivo, também bloquearia). quando ia chegando perto da qualificação, eu focava mais na escrita e na revisão (nunca desconsidere o tempo de editar as notas de rodapé ou de revisão, porque olha... na tese final, foi uma semana só organizando as notas ahahaha).
com isso, eu conseguia trabalhar simultaneamente em algumas frentes e, na hora de enfrentar a tese, tive uma tranquilidade maior por já ter várias coisas meio prontas. sempre vai ter tensão e correria, mas eu procurava ao máximo criar um espaço de calma e produção constante, porque me apavora demais fazer coisas com pressa. =)
adorei tanta coisa que você indicou <3
anotei:
- dividir em pequenos projetos
- escrita em formato de ensaio para destravar as ideias (é algo que faço muito!)
- e reservar tempo para editar as notas e para a revisão
obrigada por dividir comigo! um beijo enorme ;)
recomendação de organização: o blog/canal/livros da thais godinho, do vida organizada!
eu vejo e ADORO! muito maravilhosa <3
Ameeeei forte esse diário de pesquisa!
Sobre as dicas: bem, eu trabalho com pesquisa (na área de engenharia) e, de fato, não é nada fácil não ter marcos. A gente se perde e bagunça tudo mesmo!
O que aprendi a criar, então, são marcos individuais, pra mim. E deixá-los bem visíveis. Mas nada de: “terminar o artigo x”. Algo pequeno, como: “escrever materiais e métodos”. E aí, uso tanto o pomodoro, quanto pequenas recompensas pra me ajudar - do tipo: se eu terminar isso hoje, vou sair pra tomar um café.
É bobo pra caramba. Mas é uma bobeira que, pra mim, funciona.
Sobre o deixar visível, gosto de usar post its coloridos e colocá-los numa parede ao alcance dos olhos. Os separo por semana (marcos) e cores: urgente, importante, etc...
Força aí! Louca pra ver o que vai sair! <3
ai, adorei os post-its e também as recompensas <3 vou colocar em prática pra já \o/
e logo mais tem um desdobramento da pesquisa que acho que vc vai gostar #spoiler
QUE DEMAIS!
Passando Belo Mundo na frente de tudo só pra acompanhar os teus compartilhares! (E né?? Sally amor!)
E só de escrever isso, me bateu uma super curiosidade! Pq Sally?! De onde veio o teu interesse nessa pesquisa? Acho simplesmente O MÁXIMO
eu gosto muito dessa discussão sobre o retrato que ela faz da geração millennial. é um tema que me move muito, isso de entender como os anos de austeridade moldam nossa identidade, nossas relações.
A principal coisa pra mim é trabalhar no projeto todo dia, pelo menos um pouquinho.
"Trabalhar no projeto" = ler, assistir, ouvir ou escrever alguma coisa. "Pelo menos um pouquinho" = mesmo que seja por dez minutos. Quando tem algum objetivo específico, preparar um artigo, ensaio ou outro material, gosto de ter uma meta de páginas diárias como referência. Escrevo sempre de manhã, bem cedo, que é quando sou mais produtivo e o pessoal aqui de casa dorme.
E tenho um caderno de pesquisas que é o equivalente ao seu diário. Faço desde a preparação do projeto pro mestrado, em cadernos comuns mesmo. Aliás, diário de pesquisa é um nome muito mais chique, só vou chamar assim agora haha
Pra além disso, entendo que o desenvolvimento de uma dissertação/tese pode trazer momentos de muito estresse para algumas pessoas. Então, às vezes, talvez valha parar um tempo pra respirar.
tempo para respirar é essencial <3
e sim, tenho percebido que preciso manter o mestrado em evolução sempre. mesmo que não seja lendo algo ou escrevendo todo dia, mas preciso pelo menos pensar constantemente nos temas que quero desenvolver. aquilo de nunca tirar de vista, sabe?
obrigada por compartilhar as dicas com tanto carinho ;)
O que funciona comigo é o site do pomofocus.io. Eu boto ali minha meta diária de horas no projeto do doutorado e cumpro. Pelo menos duas horas diárias dedicadas. Pode ser lendo, editando, organizando, palestra. Mas tento "bater esse ponto".
opa, não conhecia esse site!!! vou dar uma olhada ;) obrigada <3
Adorei conhecer seu processo! Não havia me ocorrido a ideia de fazer um diário de pesquisa e vou adorar pra agora. Obrigada!
desafio e tanto se organizar nesse rolê, né?!
No mestrado também sofri dessa angústia. Em algum ponto tentei criar, mais de uma vez, um cronograma do 0 para que a minha realidade se encaixasse nela e falhei miseravelmente. O resultado foi que passei os últimos 3 meses do mestrado sem dormir direito pra conseguir entregar.
Já no doutorado tenho conseguido lidar melhor. O que eu faço é anotar todas as horas de trabalho com a tese e side-jobs numa planilha (tese, newsletter, projetos vários) por algumas semanas para conhecer a minha rotina melhor primeiro. A partir dela eu tento melhorar o que é possível e esquematizar a longevidade da coisa. E tem dado certo.
Claro que para cada pessoa funciona de um jeito e fico feliz que o diário de pesquisa esteja funcionando para ti.
Um forte abraço.
nossa, isso que você falou é algo que venho ensaiando faz tempo: olhar pra valer para a minha rotina e ver quais são os períodos que realmente estão disponíveis. e daí trabalhar em cima disso.
super obrigada, diego! vou fazer isso pra JÁ ;)
Amei conhecer um pouco mais do teu processo acadêmico! Ótima edição 🥰
<3
Boa sorte no domingo! E bom descanso depois, necessário. :) ótima edição, como sempre.
obrigada, querida <3 que seja um dia de esperança e de mudança!
Aii socorro, eu fui citada!! haha Muito obrigada Bárbara, fico muito feliz que esteja gostando! Te acompanho sempre por aqui e pelo instagram, adoro o seu trabalho <3
E aproveitando o tema acadêmico... também mantenho um diário de pesquisa para o doutorado, mas no formato físico mesmo. Percebi que anotar as coisas no papel funciona melhor pra mim, mesmo que eu tenha um pouco mais de trabalho pra procurar depois.
Outra coisa que eu tenho feito é uma organização de tudo que eu tenho que ler e escrever até uma determinada data importante (agora eu estou considerando o final do ano). Daí distribuo essas tarefas nos meses e sei o quanto preciso fazer delas em cada dia que tenho disponível. Assim eu consigo visualizar tudo que falta e distribuir de uma forma que seja saudável pra mim. Se não rolar em um dia, eu sei que posso compensar no outro e tá tudo certo.
Ah! E ter uma rede de pessoas que está passando pelo mesmo processo durante esses períodos de trabalho mais solitário de pesquisa ajuda muito, nem que seja só pra fofocar virtualmente haha. Só de poder conversar com alguém que já passou ou também está passando pelo o que angustia a gente traz uma leveza imensa e a gente tem mais gás pra continuar.
querida <3
olha, acho que funciono mais como você. se eu colocar prazos rígidos demais, vou me frustrar. minha rotina não é fácil. trabalho num horário maluco, tenho filho, a newsletter. preciso ser mais gentil comigo mesma e entender que meu tempo será diferente, mas, ainda assim, estou sempre aparecendo e entregando. isso que importa no fim, né?
muito muito muito obrigada pela mensagem tão carinhosa!
com certeza! <3
Bárbara eu estou nessa semana no dilema de me dedicar às coisas de longo prazo e deixar de começar uma coisa por semana (é mentira de certa forma porque comecei umas 4 coisas novas essa semana, estou enlouquecendo). Amei a dica do caderno de estudos, tenho usado um pouquinho para meu mestrado também, Bjs
nossa, somos a mesma pessoa! começo uma coisa nova toda semana (rindo de nervoso aqui). já me incomodei com isso, mas agora entendo que esse interesse múltiplo e simultâneo me faz muito bem \o/
Eu ainda estou tentando achar uma forma mais saudável de lidar com isso hahahaha, uma hora vai (com muita e muita análise). Inclusive falei disso aqui https://julianaaulermr.substack.com/p/por-um-mundo-sem-novidades
gostei demais do seu texto. obrigada MESMO por mandar <3 tem me feito muito bem ver como outras pessoas se organizam, ou não (rs)
Bárbara, olha que coisa, acabei de criar minha primeira publicação aqui com angústias tão parecidas! É engraçado observar como quem escreve, sempre procura uma nova atividade de escrita, né? Estou escrevendo a minha qualificação e depois de correr muito da pesquisa, virei a chavinha pra um olhar pragmático. Você não está sozinha nesse processo, ainda que não esteja compartilhando a atividade de escrita em si com alguém. Há muitos loucos que escolheram esse caminho da pós-graduação por aí. Abraços de uma.
olha, depois de tanto carinho que recebi aqui, vi mesmo que não estou sozinha. obrigada pela mensagem tão carinhosa <3
na época do mestrado o que me ajudava era mais organizar meu dia do que as anotações. foi um período de bastante disciplina pessoal, rendeu o texto pronto no prazo (embora as demoras na orientação tenham atrasado a defesa). respira fundo que vai dar tempo! :)
e obrigada por indicar a toranja!
organizar os dias: tá aí um grande desafio pra mim neste fim de ano
Amei o trabalho acadêmico em forma de email sobre Belo mundo, onde você está... Estou achando ótimo reler Sally Rooney por meio da sua visão!
ah feliz que você gostou <3 não é dos livros mais amados, mas eu gosto bastante!