post de Ellora Haonne Tenho uma raiva em mim que não sei onde colocar. Ela não some com o passar dos dias, não é esquecida depois que o noticiário arrefece. Não, ela só cresce. Se alimenta de cada novo caso de violência contra a mulher. Um atrás do outro. Mais chocantes, mais frequentes. Causam uma onda de repulsa que nunca dá em nada — a não ser em dor. Dor que lateja, que leva a desabafos com amigas e choros indignados ao ler novos relatos. Quanto medo dá para suportar sem quebrar? Sem perder a esperança por completo? No começo da vida adulta, a impressão que eu tinha é que as conquistas seguiriam sempre em frente. Minha vida já era imensamente melhor do que a da minha mãe. Com mais liberdade e possibilidades. Mas algumas coisas nunca mudaram. O andar apressado na rua ainda é o mesmo. A mão na maçaneta da porta do táxi, pronta para pular, ainda é a mesma. A vulnerabilidade dos nossos corpos. A falta de poder sobre nossos úteros. As agressões diárias que normalizamos. Qual é o ponto de quebra? Quando chega o momento de revolta extrema pelo que fizeram e fazem conosco?
deleitada num texto que me absorveu tanto, encontrei um pedacinho de mim... e UOOOW! tenho nem roupa pra tá aqui! haha!
obrigada pelo carinho e pelas reflexões semanais! ansiosa com o que está por vir!
Obrigada por dar voz e ordem à raiva e desesperança que sinto aqui…. Edição perfeita, dicas maravilhosas, texto perfeito
até quando vai ser assim? triste demais viver em eterno alerta.
mais uma news incrível, amei as dicas <3