Ilustração: Andy Rementer Ao revisitar textos antigos, notei opiniões generalistas, uma tendência a querer falar por um todo. As mães, as mulheres, as jornalistas. Usava “nós” e “eles”, quase nada de “eu”. Talvez fosse falta de coragem, de confiança, mas também um ato de preservação. Escrever é se expor. É implicar a si mesmo numa ideia, na defesa ou na crítica de conceitos. E por muito tempo não me achei à altura disso. Talvez um vício do jornalismo, que preza por comentaristas já muito escolados, com longo tempo de carreira ou profundo conhecimento de certos temas. Mas o que faço aqui não é um noticiário. São registros dos meus dias, de pensamentos obsessivos, de paixões. Quem melhor do que eu para falar do que me interessa? Por que me esconder atrás de apontamentos coletivos, quando o que mais quero é falar em primeira pessoa?
Tenho pensado tanto nisso - sobre o impulso de me expor e as barreiras internas que preciso desmontar pra isso… amei o texto ❤️