Ilustração do Joio Studio
O que é meu e o que é do outro? Não falo de sentimentos, que, por sinal, eu confundo bastante. Falo aqui de referências, de desejos. Eles estão aos montes por aí, rolando infinitamente pelo feed. É o livro que alguém amou e quer que todos leiam, um podcast que virou obsessão, a série nova que mudou percepções sobre o mundo. Legal, adoro dicas, anoto várias. Mas me sinto permeável demais aos quereres dos outros. Como se eles estivessem pautando meus rolês mais do que minhas preferências particulares. É, eu sei que todo mundo é influenciado o tempo todo, que não existe uma mente imaculada, antes mesmo da internet. O meu ponto é que em poucos minutos o celular me dá acesso a MILHARES de opiniões e conselhos. Ainda que sejam de pessoas que admiro, é muita informação de uma vez só. E de forma quase passiva, aparecem sem que eu busque especificamente por elas. E assim, qual espaço sobra para explorações? Para questões aleatórias ligadas às minhas vivências reais, fora das telas? Para a construção ativa de interesses? Não à toa, quando me sinto drenada de criatividade, longe de mim mesma, eu reduzo a intensidade das conexões instantâneas. Nada planejado, puro instinto. Uma necessidade de proteção, de reencontrar o que é meu, sem o farol de tantos outros.
No novo livro de Matilde Campilho tem a seguinte frase:
Para que a magia suceda, é preciso deixar que a casualidade faça das suas.
Uma casualidade não do algoritmo, mas da vida em si. Dos pensamentos que aparecem nas horinhas de descuido, como dizia Guimarães Rosa.
Quando a gente tem vontade de ser aquela autora que tanto nos inspira <3
Será que é o fim da era da influência nas redes sociais?
É que começou a era das recomendações
Os perigos de ser sequestrado pela sua audiência — dica do Dida Louvise ;)
Uma lista de livros para acalmar a mente
Gostando bastante da newsletter do Antônio Xerxenesky: Consultório da loucura
Esperando pela amizade perfeita?
Tá todo mundo tentando ter uma carreira
Sobre a balela do trabalho como missão de vida
As alegrias de nadar enquanto gorda
Os livros-objeto de Noemi Jaffe — das coisas mais lindas que já vi — cheguei neles por indicação da Tayná Saez
Terminei de ler Os despossuídos e se tornou um favorito da vida
E na próxima edição exclusiva para assinantes — que será enviada logo nos primeiros dias de setembro — vou falar do meu carinho por ficção científica e dar dicas para quem se sente perdido nesse rolê \o/
Queria ser grande, mas desisti também é livro \o/
E se quiser me acompanhar em tempo nada real: @babibomangelo
Gostei da sua reflexão. Precisamos mesmo estar atentas a esses momentos de descuido. Eu tento dosar entre recomendações e exploração, que eu faço fora das telas. Vou na loja de disco, na livraria, mas exposições… e assim vão surgindo coisas fora do radar. Hoje estamos todas consumindo os mesmos livros, as mesmas séries, os mesmos filmes. Acho que por isso estou tentando trazer pra minha lista 5 melhores coisas do mês, coisas que vivi na rua.
Lendo ‘Escolhas’, do seu livro, e só posso ♥️♥️♥️