Tem sentimento que só toma forma quando surge também na boca do outro. Foi assim quando ouvi Tati Bernardi e Vinicius Calderoni falando da dificuldade de ser corpo, do esforço para não levar uma vida inteira dentro da própria cabeça. É isso. Tem muitos dias que eu não saio da minha mente. Seja por uma crise de ansiedade, seja por motivos bacanas. Penso tanto que me canso. E é depois de chegar à exaustão que lembro que há mais de mim do que meus pensamentos. Que é possível interromper o fluxo de ideias, de angústias. Que dá para respirar, comer, tomar um banho quente. Fazer algo gostoso, satisfatório para o corpo e não só para o cérebro. É um movimento recente, que começou pra valer depois de ficar grávida. Eu tentei me preparar mental e emocionalmente, mas quem tomou conta foi o corpo. Metamorfose. De mulher urbana-equilibrada-bem sucedida passei a mulher-bicho. Com um corpo crescendo dentro de outro corpo. Sem controle envolvido. Era deixar seguir, com destino imprevisível. Complicações, esperança e alívio. Joaquim saiu de mim, mas não tinha mais volta, o corpo pegou as rédeas de vez. Precisava de atenção para funcionar minimamente, para servir de comida, de aconchego. Um corpo que não era mais só meu. Dei livre acesso. E ainda que, quase cinco anos depois, tenha recuperado muitas partes, tem bastante de mim que é dele, para ele. Os meus cabelos, o meu cheiro. Ele funga como se dependesse disso. Coisa de bicho. Coisa de corpo. Lembrete diário de que estou aqui, com os pés no chão, experimentando este mundo e não apenas pensando sobre ele.
Sou dessas, da cabeça. Nem conectava corpo/mente até que tive uns problemas de saúde, nos idos 2013, e fui obrigada a olhar. Apenas olhar porque levou tempo para entender. Meu escape hoje é o exercício físico, é quando preciso me concentrar de vdd no corpo. Especialmente coisas como yoga, natação, pilates e até musculação... se vc não focar, se machuca. Ainda tenho a mente constantemente ativa, faz parte de mim, mas naquele intervalinho do dia e no cansaço do depois, tem um break bem vindo. <3
Eu sou essa também: sempre vivi tanto na minha cabeça, que esqueci que tinha corpo. Aprender a cuidar e curtir dele tem sido uma jornada gostosa por aqui- e não tinha parado para refletir sobre como a maternidade teve um papel imenso nisso. Obrigada pelo texto!
Sou dessas, da cabeça. Nem conectava corpo/mente até que tive uns problemas de saúde, nos idos 2013, e fui obrigada a olhar. Apenas olhar porque levou tempo para entender. Meu escape hoje é o exercício físico, é quando preciso me concentrar de vdd no corpo. Especialmente coisas como yoga, natação, pilates e até musculação... se vc não focar, se machuca. Ainda tenho a mente constantemente ativa, faz parte de mim, mas naquele intervalinho do dia e no cansaço do depois, tem um break bem vindo. <3
Obrigada! Adoro as suas dicas <3
Eu sou essa também: sempre vivi tanto na minha cabeça, que esqueci que tinha corpo. Aprender a cuidar e curtir dele tem sido uma jornada gostosa por aqui- e não tinha parado para refletir sobre como a maternidade teve um papel imenso nisso. Obrigada pelo texto!