Letter home, de Jennifer Cantwell Engastaiado. Batumado. Misturança. Cresci com o sons dessas palavras. E não me interesso em saber se estão no dicionário ou que significado têm oficialmente. Enquanto digito, brota embaixo delas um sublinhado vermelho, o alerta de erro. Mas elas existem para mim, para minha mãe e minhas tias. Talvez tenha algo a ver com terras mineiras. Talvez não. Talvez sejam apenas parte de um dicionário particular. Gosto de linguagens inventadas, da construção de mundo que toda relação gera. Dos apelidos estranhos e constrangedores. Dei ao meu filho o nome de Joaquim, mas também de Jojoba, Zé Bolé, Birigui, Buzuzu. Nenhuma lógica, só melodia que enche a boca. Tem um tanto de sons nas minhas lembranças. O jeito como meu avô gritava meu nome e esperava que eu respondesse com “senhor”. E da minha boca saía, aos berros, “quê?!”. Recebia de volta não uma bronca, mas uma risada, das mais gostosas. Minha indisciplina era charmosa para ele, um cara tão sisudo. Recordo também das músicas que ele cantava durante o banho. Afinadíssimo. Mas o que eu guardo mesmo é o jeito como ele me chamava. Barbinha. Dos meus sons favoritos, ainda que não o ouça há quase vinte anos.
Ahhh mas que alegria ver que você citou meu texto aqui, Babi! <3
Que newsletter gostosa pra começar o dia ❤️ E que honra estar no meio desses links maravilhosos! Obrigada, Babi!!
Ai que honra aparecer aqui! Obrigada! 🥰