Ilustração: Hao Hao Fazer uma coisa de cada vez. Voltar a pé da escola do Joca sem responder mensagens pendentes. Ler um livro sem tirar foto para contar se estou gostando. Ir ao mercado sem ouvir um podcast. Assistir um filme sem pesquisar referências no Google. Atenção dividida, ansiedade crescente. Olhei para isso depois do toque de uma amiga-terapeuta. Será que não é isso que está te deixando pilhada? O "não" estava na ponta da língua. Quem quer admitir que perdeu a mão nas redes sociais? Eu que não. A imagem que tinha de mim mesma era de equilíbrio. Uso muito, mas também me afasto bastante. Será mesmo? Faz quanto tempo que não tomo uma boa distância? Nem me lembro. Então, sim, ando num ritmo que potencializa minha ansiedade. Assumir foi um passo importante. Pensar em como lidar com isso é o movimento seguinte. Decidi, por ora, fazer uma coisa de cada vez. Estabelecer momentos para cair na internet e não deixar que ela transborde para TODOS os afazeres da vida. Pratiquei ativamente nos últimos dias e me senti uma rebelde. Resistindo ao truque da atenção constante das redes. E agora me pergunto obsessivamente: o que é que tem ali que tanto preciso ver? A resposta quase sempre é: nada tão importante que não possa ser perdido ou adiado.
#161 Queria ser grande, mas desisti
#161 Queria ser grande, mas desisti
#161 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Hao Hao Fazer uma coisa de cada vez. Voltar a pé da escola do Joca sem responder mensagens pendentes. Ler um livro sem tirar foto para contar se estou gostando. Ir ao mercado sem ouvir um podcast. Assistir um filme sem pesquisar referências no Google. Atenção dividida, ansiedade crescente. Olhei para isso depois do toque de uma amiga-terapeuta. Será que não é isso que está te deixando pilhada? O "não" estava na ponta da língua. Quem quer admitir que perdeu a mão nas redes sociais? Eu que não. A imagem que tinha de mim mesma era de equilíbrio. Uso muito, mas também me afasto bastante. Será mesmo? Faz quanto tempo que não tomo uma boa distância? Nem me lembro. Então, sim, ando num ritmo que potencializa minha ansiedade. Assumir foi um passo importante. Pensar em como lidar com isso é o movimento seguinte. Decidi, por ora, fazer uma coisa de cada vez. Estabelecer momentos para cair na internet e não deixar que ela transborde para TODOS os afazeres da vida. Pratiquei ativamente nos últimos dias e me senti uma rebelde. Resistindo ao truque da atenção constante das redes. E agora me pergunto obsessivamente: o que é que tem ali que tanto preciso ver? A resposta quase sempre é: nada tão importante que não possa ser perdido ou adiado.