Enquanto não encontro um ritmo, um som para o começo dos textos… não me dou por satisfeita. Posso até adiantar os parágrafos seguintes, mas me pego sempre espiando o início. É um tom particular que eu procuro. Uma cara. Porque, se só junto palavra atrás de palavra, frase atrás de frase, tenho um escrito, mas não tenho charme.
E charme é coisa que não se explica. Cada um percebe de um jeito. Sente. E é o gostinho que fica no fim da língua que me faz continuar escrevendo.
Penso nisso enquanto rodo textos antigos nas mãos como se fossem cerâmica à procura de uma forma. As palavras estão ali, aos montes, mas cabe a mim escavar, dilapidar, reagrupar, consertar, expandir.
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