EXTRA #52 - Queria ser grande só para apoiadores
um inventário sobre ficar feliz e com medo diante de um livro novo
Pesquisar uma escritora viva e em plena produção é bacana demais. Quando chega perto do lançamento de um novo romance, rola uma empolgação tipo fim de Copa do Mundo com time bom pra gente torcer. Tem data marcada no calendário, alerta de notícias ativado e planos de bloquear a agenda para ler as primeiras páginas de Intermezzo junto com as amigas.
No começo da semana, um vislumbre desse frenesi: a New Yorker publica um trecho considerável do livro AND com narração da própria Sally Rooney. O link chega até mim por todas as partes e encaro como presente de pré-aniversário.
Ler alguém que significa tanto não é tarefa normal. Há o desejo de que a história me conquiste de cara. De que me faça ficar obcecada como das outras vezes. E embolado com a expectativa está o medo. Quase como se o fracasso dela fosse o meu também. Será que errei em gostar? Será que vou ter que me reposicionar diante da rasteira inesperada?
Ai, que bobagem. Lembro que a escolhi como objeto de pesquisa e não como alguém que preciso defender. Eu mesma critico certos pontos da obra. Do terceiro romance só gosto da parte dos e-mails. O final me deixa constrangida de tanto que segue um rumo conservador. É, faço bem em resgatar essa memória — assim, crio um espaço entre nós duas.
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