Queria ser grande, mas desisti

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EXTRA #44 - Queria ser grande só para apoiadores

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um inventário do que me sustentou em dias puxados

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Bárbara Bom Angelo
Mar 15, 2024
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Queria ser grande, mas desisti
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EXTRA #44 - Queria ser grande só para apoiadores
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  1. Numa jornada para aplacar uma dor lancinante na mandíbula e apaziguar um medo-já-com-cara-de-pânico de avião, fui à dentista, na acupuntura e no osteopata. Cada um ajudou um pouco, mas encontrei conforto MESMO na adaptação para o cinema de um livro que gosto muito: Duna. Pois é, a história de uma disputa política ~e sangrenta~ por uma substância alucinógena acalmou meu coração — e de quebra me deixou abrir a boca por mais alguns milímetros. É que no filme e no livro há uma espécie de oração sobre o medo. Um mantra perfeito para quem projeta cenários assustadores, ainda que improváveis:

    Eu não devo ter medo. Medo é o assassino da mente. Medo é a pequena morte que leva à aniquilação total. Eu enfrentarei meu medo. Permitirei que passe por cima e me atravesse. E, quando tiver passado, voltarei o olho interior para ver seu rastro. Onde o medo não estiver mais, nada haverá. Somente eu permanecerei. — Duna, de Frank Herbert e na tradução de Maria do Carmo Zanini

  2. Não é novidade encontrar paz na ficção. A série Mad Men, por exemplo. Foi uma cena entre Peggy e Don que me fez repensar uma relação bem importante no trabalho. Neste dias, o que tem me animado e inspirado é rever Mrs. Maisel <3

    (E daquelas sincronias da vida: escrevi este texto na manhã de quinta e à tarde fui na primeira aula de uma disciplina que vai discutir Formas Breves. Eis que o professor apresentou um trecho de Enrique Vila-Matas, ecoando a tese de Ricardo Piglia sobre contos, que diz assim:

    (...) se, em vez de uma série, Mad Men tivesse sido um monumental romance, teria sido possível dizer dela que era composto por unidades de contos, por fragmentos que, por sua vez, eram formados por instantes intensos (...) Peggy sempre canta ao fundo, pensei. (...) E ela era não só a trama secreta, mas também o gênero secreto oculto no próprio eixo da narrativa. Então Peggy é um conto? Acredito que sim, que ela é a trama secreta, mas também — porque essa trama está repleta de unidades de contos — o próprio gênero camuflado dentro da estrutura geral de romance (...)

    Na superfície, a série é apenas sobre Don, mas Peggy aparece como trama secreta — tão importante quanto a primeira)

  3. E quais os motivos do cansaço e apreensão dos últimos dias? O cenário novo do jornal no qual trabalho. As aulas finais do curso que ministrei sobre Pessoas Normais (FOI DEMAIS!). E a viagem que vai me levar a Oxford (!) para um treinamento de cobertura de mudanças climáticas. Tudo muito legal, tudo muito bacana. Estou empolgada AND roendo as unhas.

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