EXTRA #26 - Queria ser grande só para apoiadores

as brechas em meio ao caos

Segunda-feira foi meu aniversário de 37 anos. Costuma ser uma data que espero com empolgação saltitante, mas este ano foi diferente. Cheguei ao dia 10 de julho na ressaca de um mês todinho doente. Crise de asma, gripe e até um furúnculo na perna. Atingiram o meu corpo pela fresta do cansaço: filho de férias, noticiário político agitado e escrita do relatório de qualificação. Como ter energia para pensar numa festinha? Impossível. Decidi, então, pelo esforço mínimo: um café da manhã na véspera, só com a minha família, no lugar sugerido pela minha irmã. Nem bolo eu comprei. Mas fui recebida com um pão de ló coroado por framboesas e também com abraços e risadas dos meus sobrinhos. E teve caos, aquele bem típico de grandes famílias que saem para comer fora — todo mundo falando alto, enlouquecendo a garçonete com pedidos confusos, gente trocando o prato porque não sacou que tinha homus na torrada. Foi uma bagunça boa. A minha bagunça. Os meus bagunceiros. Saí do restaurante pensando que dias tão desejados às vezes chegam em momentos imperfeitos, acompanhados de desordem, mas sempre — SEMPRE — surgem brechas. Eu me enfiei por uma delas.

Num desejo de ver quanta coisa boa aconteceu em meio à balbúrdia da últimas semanas, montei uma listinha com pequenos prazeres:

1. A segunda temporada de The Bear <3 Recheada de episódios que parecem isolados da trama principal, mas que trazem detalhes preciosos, que são amarrados depois com uma delicadeza absurda.

2. Os donuts redondinhos da Damari

3. Jogar o novo Zelda com o Joca. MELHOR JOGO DE TODOS OS TEMPOS!

4. A mensagem da minha orientadora elogiando o capítulo de introdução. É o primeiro amontoado de texto do que virá a ser minha dissertação sobre Pessoas Normais, de Sally Rooney.

5. Flores em casa. Orquídeas, tulipas. Tenho comprado no mercado mesmo, mas para quem é de São Paulo, sempre indico visitar o Uemura — um paraíso para quem gosta de plantinhas.