Dos tantos benefícios de manter uma grande estante de livros, o maior deles é servir de biblioteca para os amigos. Gosto quando vão em casa, passam os dedos pelas lombadas e perguntam: você se importa de emprestar? Nem um pouco. Tenho, sim, alguns xodós, tesouros que não deixo fora do meu alcance, mas são poucos. O resto deixo ir de bom grado. De verdade. E para que não haja nenhum pudor, reforço que não tenho apego, que está tudo bem voltar um tanto amassado, com cara de que experimentou a vida por aí. Também não estipulo prazo. Leia no seu ritmo, me devolva quando terminar.
É que detesto pensar que meus livros estão parados. Que depois de lidos servem apenas como decoração. E, acima de tudo, quero mais pessoas para conversar sobre as histórias. Saber que não estou sozinha na paixão por uma personagem. Que não era a única a ignorar um evento histórico.
Descobri que falar o quanto um livro me empolgou é o maior dos estímulos à leitura. Bate qualquer tentativa de racionalizar as técnicas usadas pelo autor. Para pessoas próximas, vale mais contar as noites viradas para chegar ao fim, os nós na garganta, a identificação com certas tramas.
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Virar biblioteca exige certa organização. Faz uns meses, comecei a catalogar meus livros. Falta MUITO, mas já tem ajudado. Registro o título, o autor, o gênero, os principais temas. E tem também duas categorias essenciais: a disponibilidade e o nome de quem pegou emprestado. Uso um template no Notion que a Pam Gonçalves vendeu por um tempo — e por isso não vou compartilhar —, mas as informações básicas são essas aqui:
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