#92 Queria ser grande, mas desisti
Já faz um bom tempo que eu me preocupo com a quantidade de lixo que a minha existência gera. Falo aqui das embalagens de produtos, da comida que sobra, da poluição que meu carro joga no mundo. Apesar do incômodo ser grande, só comecei a atacar o problema de frente, pra valer mesmo, no final do ano passado.
O clique que faltava foi o livro Uma vida sem lixo, da Cristal Muniz. É um guia prático - e possível - de como reduzir o desperdício e o uso de materiais poluentes em todas as áreas da casa. O que eu fazia até então era separar o lixo reciclável, usar sacolas retornáveis e... acho que só. Lendo as dicas da Cristal, vi que podia fazer muito mais e de forma bem simples.
Quer exemplos?
- Eu deixei de comprar papel toalha e guardanapos. Uso paninhos para limpar o que for necessário e no lugar do guardanapo de papel, agora usamos os de tecido;
- Adeus também ao papel alumínio, plástico-filme ou coisas do tipo;
- Os produtos de limpeza tenho trocado conforme acabam, mas hoje praticamente só usamos álcool, vinagre e água. Para lavar roupa, adoro o sabão líquido da Positiva.
Mas a revolução mesmo tem acontecido nos meus produtos de beleza - algo que sempre adorei e, por isso, acabava acumulando um verdadeiro arsenal. Com as pesquisas que tenho feito sobre o assunto, percebi que muitos dos cremes que vinha usando tem substâncias perigosas para o nosso corpo e pro meio ambiente. Sabe os parabenos, silicones e petrolatos? Pois é, fazem mal pra caramba, mas tem muitos outros itens que aparecem nas fórmulas tradicionais que também são péssimos e a gente nem sabe.
Identificar o que não é legal no mundo da beleza é bem mais complexo do que ler um rótulo de comida. Os ingredientes quase sempre estão numa linguagem pra lá de cifrada, com termos compreensíveis apenas para quem trabalha em laboratório. Mas na internet - ah, a internet do bem <3 - já tem sites que ajudam a gente a desvendar essa sopa de letrinhas. Esse aqui, em inglês, é um dos melhores: você coloca o ingrediente lá e ele te conta se, com bases em estudos científicos, aquilo é considerado tóxico ou não.
Quando comecei a ler os rótulos, confesso que fiquei um tanto paranoica, mas segui à risca o conselho da Cristal Muniz: ir com calma para, assim, fazer da mudança de hábito algo duradouro. Só procuro uma alternativa quando o produto que uso está perto de acabar. Foi assim com meus shampoos e condicionadores. Faz mais de um mês que resolvi fazer a transição e hoje só tenho usado um shampoo em barra e vinagre de maçã. E posso falar? Meu cabelo nunca esteve tão bacana.
Depois do cabelo, parti para os cremes de rosto. Primeiro, pedi de presente de aniversário para as minhas irmãs uma limpeza de pele só com produtos naturais. Cara, que maravilhoso que foi. Eu tinha trauma de fazer limpeza porque sofri demais durante a adolescência. A experiência de agora não podia ter sido mais diferente e aproveitei para pedir umas dicas para substituir meus potinhos. Desde então estou passando um hidratante da Almanati e um tal de hidrolato de camomila que funciona como um tônico. Uso também óleo de rosa mosqueta para clarear minhas manchas de acne. Ainda não troquei a minha vitamina C e o ácido que uso à noite, mas já já parto para a pesquisa de novo.
Com todas essas mudanças, tenho me sentido um tanto alquimista, uma bruxinha com as minhas poções. É mágico e libertador assumir o controle de tudo que toca e entra no meu corpo, na minha casa. Ainda tenho um longo caminho nesse mundo da menor quantidade possível de lixo, mas estou gostando bastante da jornada. O próximo passo é comprar um barbeador de metal e uma composteira <3
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