#80 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Lisk Feng
Esta foi uma semana especial. Joca entrou na escolinha.
Estamos ainda em fase de adaptação, mas tudo está correndo bem. Ele entra, vê a professora e nem olha mais pra gente.
O coração fica um pouco apertado, mas sou dessas que preza muito pela construção da independência e pelo contato com novas experiências. Vai ser bom pra ele e vai ser bom pra gente.
Pesquisei tanto tanto tanto o lugar onde colocaria o Joca. Li sobre os diferentes métodos, pedi a opinião de muita gente, fiz visitas. A decisão foi motivada pela informação, mas também, em grande parte, pela energia do lugar.
Fato é que só vamos saber se fizemos uma boa escolha com o passar do tempo, com o desenvolvimento da personalidade dele, com a expressão do que ele deseja. É uma responsabilidade gigante decidir o espaço que vai definir uma parte tão preciosa da vida dele.
Quando essa pressão bate forte, penso que meus pais não encararam esse processo de forma tão "pesada". E imagino que os seus pais também não. Quando eu e minhas irmãs éramos crianças o importante era dar conta de pagar a escola das três. Além disso, era fundamental que fosse perto de casa. E é isso, acabou a lista. Esses foram os critérios que minha mãe diz ter seguido.
O que posso dizer é que deu muito certo, não sei se por sorte ou intuição. Tenho ótimas memórias das três escolas que frequentei, principalmente aquela onde fiz o pré e o primeiro ano. Era um lugar de muita liberdade. Tínhamos aulas numa horta, fazíamos cerâmica, assávamos peixe, subíamos em árvores. Lá eu aprendi a ler com a Adê, minha professora do Pré-2. Ela era incrível, umas das minhas primeiras incentivadoras de leitura.
Escrevo essas memórias com a intenção de que o universo conspire para que esse momento seja especial para o Joca. Ir para escola pode parecer corriqueiro na vida de muita gente, mas é um processo mágico para a criança. Além de ser um imenso privilégio.
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E deixo aqui uma indicação de podcast: Harry Potter and the sacred text. Por que ouvir? Dois amigos discutem cada capítulo dos livros como se fosse um estudo da Bíblia. Quem já leu HP sabe das muitas camadas e dos muitos assuntos do coração abordados naquelas páginas. Tenho escutado na volta do trabalho e chego em casa com a alma leve.
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