#74 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Sofia Bonati
Eu me considero uma pessoa otimista realista. Eu tenho o pé no chão, consigo ver as coisas como elas realmente são, mas sempre mantenho um sentimento de que vai dar tudo certo. Então, mesmo quando tem um monte de merda acontecendo na minha vida, eu tento manter o mínimo de positivismo.
Mas essa semana não deu.
Não aconteceu nada de muito ruim, mas meu humor foi embora. Uma combinação de Joca doente + noites mal dormidas + infecção urinária + cano de gás perfurado na obra + preparativos para a mudança + o inventário do meu pai que voltou para me assombrar.
Detesto me sentir assim, com uma nuvem negra em cima da cabeça. Fui ver se Mercúrio estava retrógrado (não mais), se havia algum indicativo nas previsões para o meu signo (nada) ou se deixei alguma ponta solta no planejamento da minha vida (acredito que faço mágica com as horas disponíveis no meu dia).
A verdade é que tenho uma grande dificuldade de aceitar que as coisas podem fugir do plano que tracei. Que por mais que eu me dedique à alimentação e saúde do Joca, ele vai ficar doente - milhares de vezes. Que obras têm imprevistos - por quantos já não passei? Que nem sempre vou dar conta de tudo com um sorriso no rosto. E está tudo bem.
Nada disso significa uma ingratidão diante de tudo de bom que me acontece. Eu reconheço a sorte e o amor que me rodeiam. As oportunidades que tive e tenho. E que a maior parte dos meus dias são legais - cansativos para caramba, mas muito gratificantes.
Preciso lembrar que está tudo bem, de vez em quando, achar tudo uma merda, ter vontade de chorar e me esconder do mundo até tudo voltar para o lugar que eu gostaria.
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