#68 Queria ser grande, mas desisti

Ilustração: Minjeong Kang

- Toda estrela é um planeta?

Essa foi a pergunta que meu sobrinho de 4 anos e meio fez enquanto olhávamos o céu estrelado em Itu, nesse último sábado. Eu respondi que não, que algumas luzes são planetas e outras são "só" estrelas. Saquei um daqueles aplicativos de celular que desvendam o céu e ficamos os dois caçando Marte, Mercúrio e Vênus.

Falamos sobre como as constelações podem ser diferentes em outros países - como na Itália, a terra do pai dele. Contei também da brincadeira que eu fazia quase todos os dias quando era mais nova assim que encontrava com a primeira estrela no fim da tarde:

A primeira estrela que eu vejo
Deus dai-me tudo que desejo
Se ele me ama, alguém assobia
Se ele me adora, um cão late
Se ele me odeia, uma porte bate

Recitava meu pequeno encantamento e ficava esperando, ouvidos atentos aos barulhos da cidade. O céu noturno sempre foi mágico para mim, um espaço de reflexão e um canal de respostas, mas não me lembro de quando comecei a entender melhor o mecanismo daquela escuridão.

Explicando para o Filippo pude ter um gostinho dessa descoberta. Ele ficou encantado com a minha simulação do sistema solar formado, veja bem, por cebolas. Adorou saber que temos sorte de estarmos na Terra, que não está nem tão perto e nem tão longe do sol. E mal acreditou quando eu mostrei as fotos de quando pisamos na lua e dos vídeos dos astronautas que moram na Estação Espacial Internacional.

Vira e mexe sinto essa vontade de entrar em contato com alguma coisa que adoro como se fosse a primeira vez, para ter aquela sensação de fascínio de novo ou apenas para dar o valor merecido. Seja com experiências, como ver o mar e provar os ovos fritos da minha avó. Ou também com livros e filmes. Como seria nunca ter lido Harry Potter e abrir aquelas páginas só agora? E nem ter visto O Poderoso Chefão, Grease ou Top Gun?

Zerar a memória obviamente não é uma opção, mas hoje sei que existe uma possibilidade mais interessante: participar de explorações junto com o Filippo, em pouco tempo com o Joca e mais adiante com o Lolô, meu sobrinho mais novo, de apenas 4 meses. A curiosidade e as paixões se renovam com eles <3

Ainda sobre o olhar fresco das crianças, quero indicar fortemente que você assista Anne with an "e", no Netflix. Não é uma série nova, mas eu só comecei a ver na última semana, apesar das muitas indicações de amigos (Ana Carol, estou olhando pra você!) e da minha mãe (<3). E meu deus, que coisa linda. É a história de uma menina órfã que é adotada, meio que por acaso, por dois irmãos que moram numa fazenda no Canadá, mais ou menos em 1900. A Anne sofreu pra caramba no orfanato, mas usa a imaginação e a paixão pelos livros pra contornar o pior. Veja, por favor. São tantos os temas importantes tratados ali: empatia, preconceito, feminismo. Chorei em muitos trechos ;)

Como explorar luas e planetas usando o Google Maps

Como é o trabalho de técnicos de som que captam os barulhos mais bizarros para incrementar a edição de um filme - um curta de 15 minutos bacana pra caramba (legendado em inglês)

Você já ouviu falar da Teoria das Colheres, uma forma de ajudar a lidar com a depressão? Uma amiga compartilhou a dica e achei bem interessante

Todas as fotos do Instagram são iguais =O

Nos Estados Unidos, revistas femininas estão apostando pesado na cobertura política - afinal, somos todos seres políticos, não é mesmo?

De hoje até segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal está realizando audiências públicas sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Se você não tem opinião sobre o tema ou quer ser informar mais, eu recomendo ouvir o debate promovido pela CBN com uma representante contra e outra a favor da descriminalização. Eu sou a favor do aborto e já falei sobre isso aqui

E um último recado: estamos na Semana Mundial da Amamentação. Não vou falar aqui da importância do leite materno, acredito que todos sabem que esse é o melhor alimento que o bebê pode ter. O problema é que amamentar não é tão simples como pensamos ou como algumas pessoas dizem. Se fosse fácil e amplamente praticado, não teríamos campanhas para estimular. Então, se você conhece uma mulher que começou a amamentar agora, dê seu apoio. Vá em busca de informações para ajudar na hora em que a pessoa te pedir um conselho, ouça as preocupações dela, ajude com a alimentação e com o descanso dessa mãe. Contribua com amor <3

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