#67 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração daqui
Quanto do seu tempo é dedicado apenas a você? Pra fazer as coisas que você tem vontade, sem ser um compromisso com o outro, com o trabalho, uma obrigação. Você pratica esse tal do autocuidado, que desemboca na autoestima?
Parece uma coisa simples, não é? Reservar um momento do dia/semana/mês para cuidar da alimentação, fazer terapia, um exercício, ler um livro, meditar, estudar algo do seu interesse. Quem é que não quer fazer isso?
Acontece que a lista de prioridades é imensa e quase nunca contempla essas coisas aí, um tempo de qualidade para um ato de amor-próprio. Não que a gente não faça coisas bacanas. Fazemos, sim, mas sinto que essas atitudes são encaixadas quando dá, nas brechas entre tantos afazeres.
Ando conversando muito sobre isso com amigas de diferentes grupos. Algumas são mães, a maioria trabalha e todas estão exaustas. A vontade de se cuidar é grande, mas faltam tempo e ideias para começar. Queria poder dizer que domino essa arte, mas ainda estou redescobrindo o espaço que minhas necessidades ocupam na rotina mãe/esposa/jornalista.
Mas eis aqui algumas coisas que tenho procurado fazer:
1. Usar o tempo desperdiçado nas redes sociais para fazer algo gostoso - um banho caprichado, testar um prato novo, terminar uma série bacana
2. Deixar a preguiça de lado e cuidar da pele pela manhã e antes de dormir - o cansaço era a desculpa que eu vinha dando para não tirar a maquiagem e deixar de usar meus cremes
3. Dar um jeito de encaixar na minha agenda cursos que vinha namorando - fiz isso com o tricô e estou fazendo também um curso de Marketing Digital numa plataforma online
4. Saber dizer não para alguns convites ou pedidos - essa sem dúvida é a missão mais difícil para mim, mas é inegável que, quando consigo, acabo tendo mais tempo para o que realmente me interessa
5. Trabalhar o sentimento de culpa que pinta quando resolvo sair de casa mais cedo ou voltar mais tarde "só" para curtir um tempo meu ou sair com os amigos - o mantra é: meu marido e filho são importantes, mas eu também sou <3
Cuidar da gente algumas vezes exige decisões difíceis. A Nuta Vasconcellos escreveu sobre como precisou ficar solteira para conseguir se conectar mais com ela mesma
O caminho dolorido até a aceitação
Numa bela noite, 88 artistas pararam para olhar o céu e desenhar o que estavam vendo <3
Nos Estados Unidos não existe a licença-maternidade remunerada como conhecemos por aqui. Por isso, tem gente doando dias de férias para amigas que vão ser mães numa tentativa de ajudar nesse momento tão essencial. Iniciativa bacana, mas que está gerando muita discussão. Esse papel não deveria ser do governo?
Sobre a internet que mostra o que está por dentro e não só aquela fachada impecável
Não sei se já indiquei pra vocês o trabalho da Lily Fujiy. Ela está morando na Serra da Mantiqueira, cozinha pratos de aconchego e tira fotos tão bonitas que dá vontade de chorar. Pra mim, ela faz parte dessa internet do bem, que inspira e acolhe.
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