#45 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Sarah Maxey
Últimos dias de julho. Fim de férias? Também, mas o que mais vai agitar a nossa vida é o término do recesso parlamentar. A Câmara vai ou não vai abrir o processo pra investigar Temer? O presidente vai ser denunciado mais uma vez?
Pois é, agosto mês do desgosto promete bastante notícia. É claro que esse volume imenso de acontecimentos não chega a ser uma novidade. Estamos vivendo dessa maneira faz o quê? Dois ou três anos?
Você tem conseguido acompanhar tudo?
Pergunto isso porque em muitas conversas com amigos tenho ouvido como é difícil seguir o ritmo da nossa política. O primeiro, e principal, entrave é que não fomos incentivados a ler tais notícias. As discussões parecem chatas, com palavras complicadas e fora da nossa realidade.
Só que daí um imenso nó foi feito em nosso país, todo mundo fala apenas disso e a gente não sabe pra onde correr para se informar. Devo acreditar nos posts do Facebook? No que meu tio fala no almoço de família? Nos jornais, revistas e programas de rádio?
Eis aqui algumas maneiras que eu uso pra me informar. Lembrando que agora já estou de licença-maternidade (#vemjoaquim) e, por isso, não vou considerar aqui os meios que eu, como jornalista que também cobre política, tenho de obter dados e aos quais você não tem acesso.
Vamos lá:
- Newsletter O Meio - recebo todo dia de manhã na minha caixa de e-mail. É um resumo esperto do que rolou no dia anterior e também do que promete acontecer nas próximas horas. Sempre com muitos links, das mais variadas fontes, para quem quer se aprofundar.
- Alertas de sites de notícia - sabe quando você recebe uma mensagem e ela pula na tela do seu celular? Dá pra fazer o mesmo com o que acontece pelo mundo. Eu, obviamente, comecei a usar essa ferramenta por causa do trabalho, mas confesso que adoro ficar por dentro do que de mais importante estiver acontecendo. Eu recebo os alertas do G1 e da Folha - fiz o cadastro por meio dos aplicativos de celular.
- Ouvir rádio - Pegou trânsito ou está no ônibus? Coloca em alguma rádio. Não exige o menor esforço. Até parece que a gente vai absorvendo as coisas por osmose. A minha estação preferida é a CBN, mas tenho muitos amigos fãs da Rádio Bandeirantes. Ouvir rádio se transforma num hábito tão forte que você pensa que está ouvindo amigos seus <3
- E a última dica não é um canal específico, mas uma atitude pra você colocar na sua rotina. Tente ler/assistir/ouvir sempre a fonte primária da informação. O que isso quer dizer? Quando sai uma delação premiada, por exemplo, muitos sites disponibilizam o documento na íntegra. Tente ler e aí sim encarar as análises dos jornalistas. Faz muita diferença ;)
Bom, cá estou com 39 semanas e 3 dias de gestação. Já faz tempo que perdi a aposta do bolão que fizemos para o nascimento do Joaquim. Enquanto esse leonino não vem, eu sigo curtindo os últimos dias antes de ser completamente responsável pela vida de outra pessoa. E o que tenho feito? Visto muita coisa no Netflix e lido livros que estavam fazendo aniversário na minha lista.
As séries que peguei pra fazer longas maratonas foram Glow e Last Chance U. A primeira está bem famosinha por aí. Mostra um grupo de mulheres montando um programa de luta livre nos anos 80. Adorei! As músicas, as roupas, os temas <3.
Já Last Chance U explodiu no ano passado. É uma série documental sobre futebol americano. É viciante para aqueles que amavam Friday Night Lights, como eu. O foco aqui é uma universidade que aceita jogadores que tiveram problemas disciplinares ou até cometeram crimes. Muitas histórias tristes, mas muita superação. A segunda temporada estreiou na semana passada.
Sobre os livros, comecei a ler dois: Livre, da Cheryl Strayed, e Anna Kariênina, do Tolstói. Pra quem não lembra ou não assistiu, Livre virou um filme bem bacana com a Reese Witherspoon e, assim como o livro, conta a história verdadeira da autora que resolveu se jogar numa das trilhas mais desafiadoras dos EUA por três meses, sozinha e sem preparo físico.
E Anna Kariênina vou seguir com a ajuda do projeto de leitura desse booktuber pra lá de interessante.
Falando em booktubers, o Estadão fez uma ótima matéria sobre o assunto. Meu canal preferido é esse aqui.
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Eu leio blogs de amigas, acompanho escritoras que gosto nas redes sociais, leio um monte de livros e reportagens e tudo que tiro disso é: nunca vou conseguir fazer algo tão bom. É aquilo que a Amanda Palmer me apresentou como síndrome de impostor: uma hora vão descobrir que sou uma fraude e todos vão notar. E, quando você se sente assim, é bem difícil querer mostrar algo que escreveu.
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