#42 Queria ser grande, mas desisti
Serena Williams por Annie Leibovitz
Espera.
Quando criança, era por ela que eu esperava. Uma mãe de três meninas que trabalhava longas horas como secretária. Eu me sentava na porta do nosso apartamento e ficava ouvindo o som do elevador. Assim que eu percebia o clique sutil do botão, que entregava que era para aquele andar que alguém estava vindo, eu corria para dentro e fingia que não tinha trocado horas de brincadeiras por aquele chão frio.
Na adolescência, a espera era por liberdade, pelos anos em que não precisaria dar nenhuma satisfação. Por um momento, tudo passou muito devagar, mas de repente lá estava eu com 18 anos, formada e querendo voltar desesperadamente no tempo.
Com vinte e tantos anos, eu ansiava por me firmar. Na vida, no amor, na carreira. Esperava por uma vaga bacana, um salário melhor, um apartamento cheio de plantas e por alguém que amenizasse as minhas ansiedades.
Minha mãe sempre chegou, me deixou livre e forte para fazer escolhas, para encontrar esse trabalho que me desafia e também um amor que me acolhe e me dá coragem.
Eis que, então, agora eu espero por você, meu filho. Essa pessoa que promete colocar minha vida de cabeça pra baixo e que vai me fazer aguardar por coisas que ainda nem consigo imaginar. Estou aqui paciente, respeitando o seu momento. Venha quando estiver pronto. Garanto que amor não vai faltar <3
A foto que abre a carta desta semana faz parte do lindo ensaio da Serena Williams para a Vanity Fair. Além das imagens, adorei conhecer um pouco mais sobre essa super mulher ;)
Ainda no assunto maternidade, vale muito ler a matéria Branca com descendência negra: mães adotivas aprendem a lidar com racismo
O que você pode fazer por alguém que acabou de ter um bebê? #ficaadica
O site da revista Quatro Cinco Um, só de literatura, já está no ar. O nome é uma homenagem ao romance distópico de Ray Bradbury, que por sua vez faz referência à temperatura - em fahrenheit - que o papel entra em combustão
Gente, e o que é o livro O Conto da Aia?! Estou viciada. Pra quem não leu os links da semana passada, a história se passa num futuro próximo em que muita coisa deu errado. Errado mesmo. O governo americano, por exemplo, foi deposto por um regime totalitário religioso. As mulheres são divididas em várias classes e nós acompanhamos a vida de uma aia, cuja única função é procriar - já que a guerra espalhou radiação pelo mundo e a natalidade chegou a zero. É assustador. Fala-se muito dos direitos das mulheres e de como eles podem sumir de uma hora pra outra.
Não somos o quanto ganhamos
Essa coca é fanta. E daí? <3
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