#32 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Valeria Hernan
Os últimos meses têm sido de muita saudade do meu pai.
Há quase treze anos sinto falta dele, mas com a presença do Joaquim no meu corpo e coração, o aperto tem batido mais forte.
Queria que eles se conhecessem.
Meu pai era extremamente divertido. Vivia pensando em pegadinhas para fazer com a família. Uma vez, ele me obrigou a passar um trote para minha tia, fingindo ser minha irmã que estava morando na Austrália. Minha tia ficou tão feliz e emocionada que só contamos que não era verdade muitos anos depois.
No casamento dessa mesma tia, ele se prontificou a editar o vídeo da festa. O resultado fez com que eles ficassem um bom tempo sem se falar. Meu pai, muito moderno para época, fez uma montagem estilo Pânico na TV. O noivo descia as escadas da igreja e começava a música "um vagabundo como eu...". As pessoas jantavam e tocava "comer, comer... comer, comer, é o melhor para poder crescer". Tinha também um bom trecho em que ele ficava perturbando quem estava no banheiro. E um detalhe: essa era a única versão disponível do filme.
Ele era assim: um tanto irresponsável e imaturo.
Mas o que todos se lembram era do imenso coração que ele tinha. Ainda consigo ouvir ele falar "paizinho te ama" ao final de cada ligação.
O jeito para acalmar a saudade é esse, falar dele. Faz uns dias mostrei uma foto do vovô Fábio para o meu sobrinho. Filippo, aos três anos, já sabe que ele virou uma estrelinha. Joaquim vai descobrir mais pra frente e daí vou enchê-lo com todas as história que eu conseguir contar <3
Tive muitas amigas que, quando mais novas, sempre falavam que o objetivo maior da vida delas era mudar o mundo. Eu ouvia aquilo e me sentia um tanto deslocada. É claro que eu adoraria mudar o mundo, mas desde sempre achei aquela missão um tanto ingênua, assustadora e caminho certo para a frustração. Mudar o mundo é muito amplo, muito vago, muito difícil de atingir. Hoje, eu acredito em começar a mudança a partir da gente mesmo, dos nossos relacionamentos, das ideias e vibrações que a gente joga pro mundo.
Lembrei de tudo isso lendo o ótimo texto do Larusso ;)
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