Projeto paralelo. Foi como chamei isto aqui por muito tempo. Por mais que o termo paralelo carregue a ideia de um caminhar conjunto, a verdade é que PROJETO PARALELO tem um tom menor, de algo que se faz nas beiradas, quando dá. E não é assim que conduzo a newsletter, não a coloco num degrau abaixo de outras funções e tarefas que ocupam minha vida. Uma hierarquia se impõe, é claro, se olho para o dinheiro que cada uma traz. O trabalho CLT lá no topo, a newsletter lá pra baixo e o mestrado no chão. Mas se a lente que decido usar é a do comprometimento, aí tudo se embola. Quase não vejo as divisas entre uma coisa e outra porque sinto que todas se alimentam. As pesquisas sobre literatura e contexto histórico me dão estofo para roteirizar e editar reportagens. As aulas que frequento no mestrado viram tema de textos publicados aqui. O desenvolvimento de uma escrita íntima me ajuda a destravar e amolecer formas desgastadas do jornalismo ou da academia. Poderia dizer que dei sorte de lidar com elementos de áreas irmãs, mas acredito que a combinação minimamente harmônica é também parte do esforço que faço para não separar a vida criativa da vida prática. Não há no meu horizonte a possibilidade de parar de trabalhar e me dedicar à escrita. Ou então dar uma pausa na maternidade. Ou então pedir um tempo aos amigos, ao meu marido. Não, já faz anos que morreu dentro de mim a ilusão de abrir um buraco no espaço-tempo para fazer tudo que quero sem ser perturbada pelo resto. Trabalhar faz parte da vida e a vida faz parte da arte. O processo será sempre tumultuado, como bem disse Lisandro Gaertner no aulão de escrita que nos juntou no sábado passado.
É assim, envolta numa meada bem enrolada, que esta newsletter chega à edição de número DUZENTOS E CINQUENTA — leia num tom bem alto, sem nenhum traço de projeto paralelo.
Falei do processo de escrita da newsletter neste vídeo aqui — é um modo de fazer sustentado por três pilares: atenção, anotação e disciplina
A Vanessa Guedes está estudando uma forma de disponibilizar o aulão de escrita para quem não conseguiu se inscrever da primeira vez. Fiquem de olho porque foi muito bacana. Agradeço a todos que contribuíram com doações para o Rio Grande do Sul — arrecadamos mais de R$ 32 mil — aqui você encontra a prestação de contas.
A casa alagada — relato da que me aproximou da angústia de perder coisas que são mais do que coisas. Se você puder ajudar, comprando o livro da Julia pela Dois Pontos todo o dinheiro será repassado para ela.
Nossa terra devastada
Ausência — ou: nos ajudem
Temos que começar a dizer: todos nós somos ambientalistas
Já não tenho espanto, tenho raiva
Sobre moral e ética
Um compilado de listas bacanas do Letterboxd
A Flip deste ano já tem data marcada
Um fotógrafo foi investigar quem são as pessoas que moram naqueles prédios industriais de Nova York <3
Uma música que não sai da minha cabeça
Na terça que vem, falarei um tantinho da pesquisa sobre Pessoas Normais e a juventude irlandesa pós-crise de 2008. Será lá na USP, presencial e aberto a todos \o/
E pra gente encerrar em grande estilo, o vídeo-relato da viagem para Oxford, Londres e Dublin já está disponível para todos — quem apoia financeiramente a newsletter recebeu o vídeo no mês passado <3 Seja um apoiador você também ;)
Queria ser grande, mas desisti também é livro \o/
E se quiser me acompanhar em tempo nada real: @babibomangelo
Oi Babi, adorei sua aula no aulão do sábado passado e foi dali que cheguei à sua newsletter. Muito bacana. Me interessei bastante por essa palestra sobre Pessoas Normais. Se for rolar uma versão online, dá um toque!
parabéns pela edição 250! e obrigada por ser essa pessoa mobilizada e cheia de vida 🩷