#25 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: Joni Majer
Esta semana terminei de ler Americanah, da Chimamanda Ngozi Adichie.
Sei que para muitos estou atrasada, o livro já é um sucesso há alguns anos, mas se você ainda não leu, leia.
É sobre raça, preconceito, feminismo, cultura e amor. E ao mesmo tempo é muito mais do que tudo isso.
Em vários trechos me peguei pensando sobre privilégios, em como eu tenho vários deles.
Apesar de ser mulher e, por isso, estar em desvantagem em algumas questões essenciais, eu sou branca, hétero e nunca tive problemas com dinheiro.
Nunca fui rejeitada numa entrevista de emprego e nem fui xingada na rua por causa da cor da minha pele. Estudei minha vida toda em escolas particulares e não precisei trabalhar para pagar as mensalidades. Tenho acesso a bons médicos e não preciso esperar por exames em longas filas. Fui criada numa religião, o espiritismo, que não costuma ser alvo de manifestações de ódio. Tive ao meu lado pais compreensíveis e que sempre me apoiaram nas decisões que tomei.
É importante reconhecer essas vantagens. Não só por uma questão de gratidão, que eu sinto e muito, mas também para sempre ter em mente que minha visão de mundo foi construída a partir dessa realidade privilegiada. E, sendo assim, existem situações das quais eu não entendo e por mais que eu seja solidária e lute para combater injustiças, eu jamais vou saber o que é sofrê-las na alma.
O que cabe a mim é ouvir de peito aberto o que as pessoas têm a dizer, quais são as reclamações, as prováveis soluções e ajudá-las a mudar esse mundo de poucos privilegiados e muitos excluídos.
Quer saber qual o seu nível de privilégio? O Buzzfeed, sempre ele, tem um teste que pode te ajudar nisso.
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