Ilustração: Tess Smith-Roberts
Comecei este texto com a frase “tenho mordido mais do que posso mastigar”, mas — num ato falho revelador — o que acabou saindo foi “tenho morrido mais do que posso imaginar”.
Na quarta-feira, me vi acompanhando SIMULTANEAMENTE a aula do mestrado, o primeiro encontro de um curso do Substack e as notícias da prisão do ex-ministro da educação. Ouvi um pouco de cada um e, claro, não fiz nada direito. Ainda assim, dei conta de montar uma lista de ideias, de novos projetos. Como se já não bastasse os que estão em execução ou em fase de planejamento. Uma megalomania difícil de descrever e também de interromper. Ando feliz com oportunidades que têm aparecido e por um reconhecimento crescente pelo que faço — aqui e no trabalho —, mas a impressão é de que preciso agarrar tudo agora, antes que o momento passe. Ou antes que eu perca o pique.
Sentimento de urgência que passou a fazer parte do meu modo de operar depois de virar mãe. Não sei se por causa da reinvenção que a maternidade exige ou por notar que eu não concedia a mim nem um décimo da dedicação com a qual me entreguei à tarefa de criar um pequeno ser do zero. Se eu era suficientemente boa num dos trabalhos mais extenuantes, por que não seria capaz de correr atrás dos meus planos criativos? Uma pulsão de vida que germinou, mas só vingou mesmo depois que o Joca passou a dormir a noite inteira. E, desde então, não parei mais de desejar coisas para mim, de colocar em prática sonhos antigos. Esta newsletter, o livro, os estudos em literatura.
A questão é que o querer não tem fim. E eu quero muito.
Contraste ótimo para a minha vontade de fazer tudo: uma defesa da antiambição
Aline Valek escreveu sobre o incômodo de ver tantas escritoras naquela foto do Pacaembu, mas tão poucas com espaço no mercado literário
Se somos tantas, por que há espaço para tão poucas terem destaque no meio literário? Se somos tantas, por que apenas um punhado de nomes se repete na mídia, na crítica literária, no jornalismo cultural, nas editoras, nas listas e premiações?
Que delícia de texto sobre a tradução de Hiroshima meu amor, de Marguerite Duras
Por que gostamos de Elena Ferrante?
Esta semana teve a primeira aula - gratuita e aberta no YouTube - de Experiências, Paisagens e Simetria no Projeto Estético-Ecológico de Virginia Woolf - eu adorei!
Curso que parece bem bacana: O mundo desdobrável, com Carola Saavedra
Adorando acompanhar a viagem da Vanessa Guedes por um dos caminhos de Santiago
Filmes com mulheres viajantes
Sobre o poder de voltar para casa
Em defesa dos relacionamentos longos
Uma newsletter que começou agora, mas já me conquistou <3
E lembrando que agora o livro-coletânea da newsletter também está disponível em e-book \o/
que massa que vc tá fazendo o grow! eu fiiz ano passado, imagino qu o desse ano tem uns updates. aproveite demais, é muito legal :)
Talvez seja um comentário aleatório, mas você já ouviu as músicas do musical Hamilton? Tem duas músicas que sempre me energizam quando quero abraçar o mundo. Non-stop (https://www.youtube.com/watch?v=DPgE7PNzXag): “How do you write like you're running out of time? Write day and night like you're running out of time? Every day you fight, like you're running out of time. How do you write like tomorrow won't arrive? How do you write like you need it to survive? How do you write every second you're alive?”. E Satisfied: https://www.youtube.com/watch?v=InupuylYdcY
E obrigada por me linkar <3