#19 Queria ser grande, mas desisti
Esta foi mais uma semana terrível de um ano que tem sido extremamente pesado.
Desde o comecinho da terça-feira, meus pensamentos foram deslocados para Colômbia e para Chapecó. Fizemos uma cobertura intensa e triste. Ainda estamos fazendo.
Por isso, achei que não ia conseguir escrever nada para vocês. Por falta de força, de foco e de otimismo.
71 pessoas morreram nesse acidente, 20 eram jornalistas. E, como tudo indica, a queda aconteceu por falta de combustível. Falta de combustível. Como assim?
Revoltante.
Depois de algum tempo, decidi que queria escrever, sim. Queria tentar achar algo de bom que tenha acontecido nesta semana. E encontrei algo ainda pequeno, mas que eu considero uma grande vitória: a primeira turma do STF considerou que o aborto até o terceiro mês não é crime. A decisão vale para um caso específico, por enquanto, mas abre precedente para a legislação atual ser questionada.
E por que eu acho isso uma vitória? Porque o aborto acontece todos os dias, ele sendo liberado ou não. Mulheres que escolhem interromper a gestação vão dar um jeito de fazer isso. E, muitas vezes, esse jeito não é seguro e acaba resultando em graves complicações ou até mesmo em morte.
Você que é contra a descriminalização ou a liberação do aborto não está contribuindo para que o número de abortos diminua. Você só está condenando milhares de mulheres a uma morte precoce e desnecessária.
Outras pessoas terem o direito a escolher o que querem fazer com o próprio corpo não significa que você será obrigada a fazer um aborto. É a opção que precisa existir. E é só isso que nós queremos: o direito à escolha.
Eu, jornalista que sou, poderia continuar esse texto com vários dados mostrando como, por exemplo, países que liberaram o aborto têm taxas menores do que aqueles que proíbem o procedimento e que existem métodos mais eficazes para diminuir a necessidade de aborto, como a educação sexual. Só que eu sei que esse discurso não vai amolecer o coração de quem é contra o aborto. Cada um vem de um lugar diferente, de uma criação diferente, de uma história de vida diferente.
Mas eu acredito, do fundo da minha alma, que esse é um assunto que merece ser discutido de forma madura, longe de regras estabelecidas pelas religiões ou de valores individuais. É algo bem maior: 22 mil mulheres morrem a cada ano no mundo por causa de abortos clandestinos.
Já assistiu a nova temporada de Gilmore Girls? O que você achou? É com dor no peito que digo que não gostei. Achei tudo muito forçado, com um quê de pastelão e cheio de momentos estranhos. Esse texto do Zero Hora captou bem a minha reação. Nem preciso dizer, mas contém muitos spoilers.
O feminismo tá ganhando força? Pra caramba. Mas ainda tem muito machista por aí. Você viu o vídeo do Master Chef desta semana?
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E na segunda-feira, dia 5 de dezembro, uma amiga querida lança o livro 66 histórias de uma volta ao mundo. A Nara Alves escreve de um jeito absurdamente gostoso e engraçado. Dá pra ler uns trechos aqui <3
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