Ilustração: Inca Pan
Fadiga da disponibilidade. Aprendi que este é o nome do que tem me incomodado tanto nos últimos anos. Ser acessada o tempo todo, por gente de tudo que é lugar, com demandas variadas. Minhas prioridades atravessadas pela dos outros. E ando tão saturada que até os menores questionamentos ou pedidos caem como uma gota pesada. Não faz muito tempo escrevi sobre isso, mas naquele momento era o trabalho que me sugava. Hoje, vejo que vai além. Talvez sejam as facilidades da comunicação. Basta mandar um zap e esperar seu desejo ser atendido. Mas ninguém vê a lista imensa de mensagens à espera de uma resposta. E quando você é uma pessoa que se importa, que se dedica aos outros, nenhum retorno é dado sem antes pensar, pesquisar. A vontade de ajudar é enorme, mas o tempo é escasso. E minha energia também. Mês passado quase entrei de gaiata num rolê que não era do meu interesse. Exigiria reorganizar a agenda, descobrir como executar e também um gasto de dinheiro que não estava nos meus planos. Por pouco não abracei a ideia. E aí eu me pergunto, de novo: como eu vim parar aqui? Resolver problemas e dar sugestões são coisas que faço muito bem, é verdade. Mas não preciso ajudar sempre, nem de bate e pronto, principalmente quando estou afogada em meus próprios afazeres. Neste ano - com a cobertura das eleições e o mestrado -, é escolher ou surtar. E quando falo em escolher, é escolher a mim.
Vemos a necessidade do outro como urgência e a nosso como luxo
Como você tem cuidado dos próprios combinados?
Nesse mundo de performance, tudo tem uma proposta
Como as nossas casas seriam se fossem um ponto de partida pra vida e não um tipo de caixa em que a gente se fecha dentro?
A guerra está na esquina de casa - um relato da Lalai Persson, que tem ajudado pessoas que fogem da Ucrânia
Ver a dor dos outros
Adorei a nova temporada de Marvelous Mrs. Maisel. O último episódio foi <3
E estou revendo a trilogia do Antes. Antes do amanhecer foi por muito tempo um dos meus filmes favoritos
Obrigada pela menção ❤️