#17 Queria ser grande, mas desisti
Houve um tempo em que a música era muito mais presente na minha vida.
Eu passava dias baixando a discografia completa dos meus cantores favoritos, caçava loucamente por bandas novas, andava com meu iPod grudado em mim e lia tudo que podia sobre o assunto.
Durante os anos da faculdade, bons shows começaram a vir com maior frequência para São Paulo e eu tentava ir em tudo que me interessava. Chorei pra caramba ouvindo músicas que eu amava sendo tocadas ao vivo.
Mas foi justamente com essa overdose de shows que a relação começou a azedar. Como os ingressos eram sempre disputados, assim que anunciavam a vinda de uma banda bacana, eu começava a surtar de ansiedade.
Bem bobo, eu sei, mas eu anotava o dia em que liberariam as entradas, acordava de madrugada para garantir um lugar na fila do site e não sossegava enquanto não conseguisse o ingresso.
Quando isso não era possível, normalmente por causa de viagens de trabalho, eu ficava super borococho. Via as fotos e as centenas de vídeos postados e sentia aquele aperto por estar perdendo algo muito legal.
Depois de ficar várias vezes com esse gosto amargo na boca, comecei a me perguntar se eu investia tanta energia naquilo apenas por mim, pra alimentar uma paixão, ou se era por causa do medo de ficar de fora. Acho que a segunda opção era a mais forte na época.
Minha homeopata diz que a ansiedade é um traço da minha personalidade e a única coisa que me cabe é tentar amenizar os efeitos mais agudos. E de repente, algo que eu gostava muito, passou a ser um estopim pra esse bichinho.
Decidi, então, pegar mais leve. Shows? Só se fossem de bandas que eu realmente amava. Nada de sair de casa só pra checar aquele grupo que um pessoal bacana anda comentando. Procurar loucamente por novatos prestes a explodir? Não. E pra que fazer isso? Tem algum tipo de disputa rolando? Não, não tem.
Agora, ouço música de um jeito bem mais devagar e íntimo, sem me preocupar se estou acompanhando tudo que eu deveria. Minhas escolhas favoritas do momento oscilam entre Neil Young e o sertanejo da Marília Mendonça.
Alguma vergonha disso? Eu não tenho nenhuma.
Esbarrei nesse texto bem bacana que fala sobre como desperdiçamos nosso tempo e energia tentando adivinhar o que se passa na cabeça dos homens. Veja um trechinho:
Fiquei pensando no quanto pautamos nossas conversas em torno de homens e de nossos relacionamentos amorosos. Quanto tempo gastamos falando de brigas, desentendimentos e tentativas de ler a mente de outro, esse outro sendo, no caso, um homem heterossexual. Talvez por se comunicarem e expressarem menos seus sentimentos, como sabemos que acontece por conta da socialização embrutecida, criamos em nós mesmas a responsabilidade de adivinhar o que eles sentem e prever respostas e soluções. Mas e nós? Onde nós, mulheres, ficamos nesse lugar?
Toda garota tem algo incrível pra mostrar pro mundo - autoestima é fundamental <3
A reflexão dos 30 anos ainda surge vez ou outra. Por isso, me identifiquei bastante com o que a Lila Cruz escreveu sobre como várias ilusões da vida profissional se quebram quando chegamos na terceira década.
Já ensaiei algumas vezes a criação de um clube do livro, mas nunca foi pra frente. Daí encontrei essa ideia de um clube de livros de receitas e me encantei. Alguém quer fazer um teste?
Já viram o trailer do filme A Chegada? Estou achando que vai ser bem bom
Minhas irmãs sempre me perguntam como é enxergar com 9 graus de miopia. Questão respondida!
Um vídeo para amolecer seu coração
A tal da pós-verdade, a palavra de 2016
E a melhor notícia da semana: a loja japonesa Daiso abriu loja online para quem mora em São Paulo \o/
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