#110 Queria ser grande, mas desisti
Hoje, dia 21 de fevereiro, faz cinco anos que me casei com o Leandro.
Cinco anos de uma festa pequena, no salão de festas do prédio, com a presença das nossas famílias e de amigos queridos. Eu cheguei à cerimônia nos braços da minha mãe e do meu padrasto/pai/padrinho. E amarrado no buquê, levei um escapulário com as fotos do meu pai e do meu avô, que se foram antes dos meus 18 anos. Assim, estava cercada de todos que me dão força e que me querem bem.
Falamos um para o outro, e para todos, da alegria que estávamos sentindo e do amor que prometíamos fazer durar o quanto fosse possível. E acima de tudo, juramos seguir com respeito. Respeito. É a isso que eu celebro hoje, cinco anos depois.
É que agora é muito claro para mim que as pessoas se casam sem ter a menor ideia do que vem pela frente. Não sabemos o que a convivência extrema pode despertar, o que os desafios da vida adulta podem fazer brotar numa relação que até então parecia perfeita.
No nosso caso, o abalo sísmico que não prevíamos foi o nascimento de um filho.
Não que a gravidez tenha sido uma surpresa. Pelo contrário. Foi tudo bem planejado porque nós dois temos condições de saúde que poderiam impossibilitar uma gestação. Então, fizemos mil exames, pesquisamos um monte de coisa e tivemos a ilusão de estar preparados.
Sabíamos que a dinâmica em casa ia mudar, que as viagens iam minguar, que o tempo de nós dois ia diminuir. Todo mundo sabe disso, né? Bom, saber é bem diferente de vivenciar. Bem diferente.
Com o bebê recém-nascido vem a privação de sono, que caminha junto com a irritação, com a dificuldade de elaborar os sentimentos com clareza, com questionamentos sobre todas as escolhas que fizemos. É punk, para dizer o mínimo.
E é evidente que no meio desse processo a relação se transforma. Vi casos em que a coisa desanda e outros em que o vínculo se fortalece. E agora, passado o olho do furacão dos primeiros anos como pais, posso dizer que nos encaixamos no segundo grupo.
Mesmo nos momentos de maior estresse, optamos quase sempre pelo caminho do respeito e do acolhimento. O Leandro se esforçou em entender o meu momento de mergulho na maternidade e depois a fase da volta à superfície para me encontrar além da função de mãe. E eu encarei de peito aberto que ele também estava passando por uma grande adaptação.
Ele, assim como eu, precisou reajustar muitas partes da vida. Não digo que foi exatamente na mesma medida que eu, porque, né, sabemos que a pressão da sociedade ainda é muito maior em cima da mulher, mesmo com uma divisão igualitária em casa. Mas, olha, foi bem perto do que eu passei.
E saber disso, que ele esteve junto comigo pra valer nesse processo tão intenso, faz com que eu o ame ainda mais. Escolher alguém para criar um filho é coisa muito séria. É o que vai definir a dinâmica da sua vida todinha.
Eu não sei o que o futuro nos reserva, mas meu coração está em paz por ter passado por essa fase com você, Leandro, e poder falar que o amor jurado há cinco anos ainda está presente. Transformado, é claro. Mais forte, com certeza.
No ritmo do amor, queria deixar aqui a indicação do filme Para todos os garotos: p.s. ainda amo você. Um tanto inusitado para esta newsletter? Na verdade, não. Eu ADORO comédias românticas e essa leva de filmes da Netflix é bem executada e traz uma mensagem bem bacana para os jovens (nossa, que velha eu sou). Veja para amolecer seu coração <3
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