#106 Queria ser grande, mas desisti
Ilustração: More Parsley
Dia 7 de janeiro foi o dia do leitor. Muitos posts comemorando a data, muita gente falando dos autores preferidos. Gostoso de ver, mas a reflexão que mais gostei foi da Taizze. Ela, que fala sobre literatura há um bom tempo na internet, expôs um desconforto que vira e mexe eu sinto: o discurso autoritário de algumas pessoas que colocam os livros como a fonte mais elevada de saber.
Incentivar a leitura é algo lindo, mas não pode ser um caminho para a exclusão daqueles que não leem. Não dá pra achar que quem completa um livro por mês é melhor do que alguém que não quis/não pôde ler nada. A leitura, fora das listas obrigatórias da escola e da faculdade, deve ser procurada por prazer - prazer de aprender uma coisa nova, de conhecer uma história diferente da nossa. Não deveria nunca ser encarada como a única forma de ser considerado um cidadão sábio, culto.
Eu leio porque é uma atividade que me faz bem. Ou seja, eu leio pra mim e não para mostrar ao mundo a quantidade de títulos que já atingi ou os escritores mais cabeludos que superei. Ou mesmo para constranger alguém durante uma conversa. Eu leio porque os livros operam em mim algo parecido com mágica. Eu abro um livro novo, sinto o cheiro de papel e sou teletransportada para o mundo que comecei a criar ainda criança, um lugar onde tudo é possível.
Finalizo este e-mail com um trecho da mensagem da Taizze, um lembrete para todos nós:
Não sejamos leitores chatos. Vamos ler nossos livros, conversar sobre eles, divulgá-los, mas sempre com a consciência de que não somos melhores do que aqueles que não leem. O conhecimento vem de diversas fontes, assim como a sabedoria e a maturidade. Não vem só dos livros.
Terminei de ver a última temporada de Anne with a E :( Chorei horrores em vários capítulos e estou bem triste que a série não vai continuar e mostrar o desfecho de algumas histórias que ficaram no ar.
Ansiosa pra assistir Mulherzinhas, que estreou nesta sexta-feira. Aqui uma crítica bacana sobre o filme. O livro, por sua vez, está parado na minha cabeceira. Amo a história, me marcou demais durante a adolescência por causa da versão com a Winona Ryder que passava na Sessão da Tarde, mas estou achando o livro cheio de lições de moral repetitivas.
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Saiba acolher <3
A libertação que é acabar com o conceito de ocasiões para roupas
No começo do janeiro, peguei um livros curtinhos que ainda não tinha lido ou queria reler e me joguei num desafio de ler 7 livros em 7 dias. Consegui ler 5 antes que o Joca voltasse das férias com os avós. Foram esses aqui, todos ótimos: O paraíso são os outros, Amor e Amizade, A vida privada das árvores, A mercadoria mais preciosa (fantástico!) e Pequeno manual antirracista.
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